Sem o público corporativo e com demandas de lazer insuficientes para suprir os buracos deixados pela falta de eventos, o cenário da hotelaria paulista é devastador. Segundo dados divulgados hoje (19) pela ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo), mais de 60% dos hotéis, pousadas e meios de hospedagem serão obrigados a demitir de 20% a 80% de seu quadro de funcionários.

De acordo com a sondagem da entidade, de julho de 2020 até fevereiro de 2021, a taxa média de funcionários por UH em operação caiu 41%. A queda acumulada desde o início da série histórica chega a 40,97%.

Os empréstimos públicos e privados deixaram de atender a 74% dos empreendimentos hoteleiros. A minoria (26%), que conseguiu acessar alguma linha de crédito, corresponde a programas de origem pública: Pronampe (8%), Desenvolve SP/Fungetur (5%), Caixa Econômica Federal/Fampe/Sebrae (1%), BNDES (1%) e Proger (1%). Outros 9% foram empréstimos obtidos junto a instituições privadas.

Segundo a entidade, 72% dos empreendimentos hoteleiros têm fluxo de caixa para manter as portas abertas por no máximo três meses. Já 82% dos meios de hospedagens declararam ter a intenção de aplicar o BEm (Benefício Emergencial de Preservação de Emprego e da Renda) este ano. Outros 41% alegam que optarão pela suspensão de 100% dos contratos de trabalho assim que a MP 936 for reeditada.

A situação da hotelaria no estado é também agravada pela falta dos benefícios tributários pleiteados junto ao poder público em âmbito municipal. A maioria (83%) dos empreendimentos, até agora, não obteve isenção dos tributos IPTU e ISS, nem acesso a opção de parcelamento para quitação dos impostos em atraso durante os meses da pandemia.

ABIH- SP - gráfico hotelaria paulista

ABIH-SP: reivindicações

Apesar do estado ter saído da Fase Emergencial, a mais restritiva do Plano SP de flexibilizações, a ABIH-SP enumerou reivindicações consideradas urgentes para garantir a sobrevivência do setor.

  • Linhas de crédito para capital de giro, sem burocracias;
  • Lançamento do programa do BEm para redução de jornada de trabalho (PL 14020 do governo federal);
  • Liberação do Pronampe para financiar a folha de pagamento;
  • Isenção do IPTU para os anos de 2022/23;
  • Refis dos impostos atrasados dos anos de 2020/21.

(*) Crédito da capa: Vinicius Medeiros/Hotelier News

(**) Crédito infográfico: Divulgação/ABIH-SP