De acordo com pesquisa da ABIH-MG, 40 hotéis de Belo Horizonte encerraram suas atividades desde o final da Copa do Mundo de 2014, encolhimento de 23% no período. Em entrevista ao Hotelier News, Maarten Van Sluys, conselheiro da entidade, explica os fatores que levaram ao fechamento dos empreendimentos.

“Primeiro, com a Lei da Copa (Lei Municipal 9.952/2010), Belo Horizonte aprovou 77 novos projetos hoteleiros, que deram origem a 43 empreendimentos. Alguns perderam o prazo, mas abriram. Isso fez com que o mercado ficasse super ofertado logo após o evento. Com isso, hotéis antigos e não competitivos começaram a sucumbir”, aponta.

“Trocando em miúdos, esse cenário mostra que a oferta hoje é similar a do período pré-pandemia. Nítida prova de que, mesmo quando há desequilíbrio na oferta, o mercado se autorregula com o tempo, proporcionalmente à demanda”, acrescenta. Entre os hotéis fechados, está o Othon Palace, no centro da capital mineira, que encerrou as atividades em 2018 após 40 anos em operação.

Cenário atual

Van Sluys destaca que, dos 40 hotéis fechados, 17 ficaram completamente ociosos, com o restante sendo convertido em outro tipo de produto imobiliário, como residenciais. “Não houve nenhuma consequência negativa para a demanda o setor. Nossa ocupação média de janeiro a março está em 58,4%, a diária média em R$ 274,66 e o RevPar em R$ 155,65. Apesar de a ocupação estar estável frente ao pré-pandemia, a diária média já se posiciona 38% acima”, salienta.

Hoje, a oferta hoteleira da Grande Belo Horizonte possui 133 hotéis. “Atualmente, contamos com 14.153 UHs. Em 2014, eram 16.587. Ou seja, a oferta reduziu em 2.434 UHs. A diferença de percentual entre hotéis e acomodações na redução do número de empreendimentos deve-se ao fato de que as unidades que fecharam tinham média menor de UHs”, finaliza.

(*) Crédito da capa: Divulgação/Radisson Blu Belo Horizonte