wyndham hotels & resorts - hotelaria independenteGrupo busca expandir conversões para sair d acrise gerada pela pandemia

Em meio aos planos de expansão em países como China e até mesmo pelo Brasil, a Wyndham Hotels & Resorts busca ainda outras alternativas para driblar a crise. Mesmo que em tempos mais difíceis para hotelaria, a marca aposta em oportunidades de crescimento por meio dos hotéis independentes.

Logo no início da crise, a rede já compreendeu o movimento do segmento, que devido à pandemia, buscou acordos com empresas globais do setor. Apesar do período classificado pela Wyndham como o “pior trimestre de hospedagem da história”, os líderes da empresa ainda estão otimistas com a hotelaria independente e as perspectivas de conversão. A exemplo da conversão de marcas como Days Inn ou La Quinta ao portfólio.

"A oportunidade de conversão para nós é importante", disse Geoff Ballotti, CEO da Wyndham. "É uma grande oportunidade para nós no mercado interno e uma oportunidade ainda maior para nós internacionalmente".

Ainda segundo o CEO, o número de hotéis independentes nos EUA que serão obrigados a fechar é mais do que o dobro quando comparado às grandes marcas ou o setor de médio porte. Com isso, a Wyndham entende como oportunidade de conversão, mais de de 15 mil quartos de hotel. Embora não dê um número específico, Ballotti disse ainda que a oportunidade de crescimento é maior nos mercados internacionais, onde há menos hotéis de marca.

Ainda no contexto de pandemia, a marca entende que os hotéis independentes hoje ainda operam devido aos auxílios e medidas econômicas ajustadas para o período.  Porém, quando os bancos voltarem novamente às programações normais de pagamento, uma oportunidade de conversão poderá ajudar hotéis em dificuldades a satisfazer seus credores.

Nos EUA, 90% das unidades estão em mercados suburbanos, interestaduais ou secundários. Sendo que 70% dos hóspedes da Wyndham são viajantes na categoria de lazer e a maioria do portfólio da empresa não depende de viagens de longo prazo. Espera-se que as viagens de carro e de lazer continuem a sustentar a indústria hoteleira até que a vacina contra o coronavírus esteja em ampla distribuição.

Wyndham Hotels & Resorts: bandeiras

La Quinta, uma oferta popular de conversão de marca Wyndham, também é a bandeira de melhor desempenho da empresa no momento. A marca de médio porte chegou a alcançar ocupação média de 65% em um sábado. A média geral da indústria dos EUA foi pouco mais de 56% em 18 de julho, o sábado mais recente monitorado pelo STR.

Dada sua forte perspectiva de conversão, a Wyndham inicialmente reservou ao menos US$ 30 milhões para oportunidades de conversão. "Vemos que, agora que o financiamento é um pouco mais apertado, o dinheiro pode se tornar o elemento mais importante de um acordo daqui para frente, onde o vazio do capital precisa ser preenchido", disse Michele Allen, diretora financeira da Wyndham. 

A empresa hoteleira registrou uma perda de US$ 174 milhões no trimestre e uma queda de 54% na receita por quarto, desde o segundo trimestre de 2019. Mas os franqueados da Wyndham foram capazes de utilizar vários programas de assistência para superar o pior da pandemia.

Grande maioria (90%) dos franqueados da Wyndham nos EUA recorreram ao empréstimo comercial do Paycheck Protection Program, a medida que injeta US$ 2 trilhões para reduzir os impactos do coronavírus. Mais de 60% dos franqueados também receberam algum nível de alívio da dívida dos credores, de acordo com uma apresentação do investidor da Wyndham.

Os líderes de Wyndham enfatizaram seu foco nas viagens de lazer, continuando a estimular a recuperação. O otimismo ocorre meio a alguns temores de analistas de viagens de uma segunda recessão no outono. Induzindo uma recuperação em forma de “W” devido a menos férias, enquanto os estudantes retornam à escola.

"É importante observar que nosso mix de lazer não muda drasticamente de trimestre para trimestre", disse Ballotti. "Não dependemos mais de negócios corporativos ou contratados no terceiro e quarto trimestres do que no segundo trimestre".

Mais tarde, Allen admitiu que a Wyndham espera ver alguma redução na demanda no quarto trimestre deste ano. Há também o aumento contínuo de novos casos e mortes de coronavírus nos estados que abrigam muitos dos hotéis de lazer, como Califórnia, Texas e Flórida.

"Obviamente, continuamos monitorando certas reversões de planos de reabertura e estamos cientes de que as viagens de lazer podem diminuir no outono", disse Ballotti. “No entanto, somos encorajados pela confiança contínua do consumidor nas fugas de carro.

(*) Crédito da foto: reprodução/Skift