Em uma de suas últimas publicações, o WTTC (World Travel & Tourism Council) deu ênfase ao setor hoteleiro. Publicado hoje (15), o documento faz uma análise acerca dos principais fatores facilitadores para atração de investimentos hoteleiros neste cenário de pós-pandemia. Não há uma citação específica sobre o mercado brasileiro, que tem um ambiente de negócios bem característico, marcado pela falta de funding e com rara participação de investidores institucionais.

O artigo, intitulado Critical Factors to Attract Hotel Investment, teve contribuições decisivas de players relevantes no setor, como STR, KSL Capital Partners e JLL. O texto começa fazendo uma análise do impacto da pandemia no segmento. Entre esses efeitos estão a perda de 62 milhões de empregos globalmente, além da significativa queda na sua contribuição para o PIB (Produto Interno Bruto) mundial. Outro dado citado foi a estimativa de prejuízos de quase US$ 4,9 trilhões em 2020.

Em resultado, o investimento no setor caiu substancialmente, indo de US$ 1,1 trilhão para US$ 805 bilhões de 2019 para 2020. No ano passado, segundo a análise do WTTC, os aportes em novos projetos caíram ainda mais, cedendo a US$ 750 bilhões, o que representou redução de 6,9% na comparação anual. Ainda assim, o relatório apresenta motivos para otimismo, ao prever forte crescimento de novos negócios para a próxima década.

Para que isso ocorra, contudo, o WTTC acredita que é essencial governos de todo o mundo criarem um ambiente de negócios mais propício para o setor. Além da estabilidade política e liquidez, fatores considerados essenciais para investimentos, o órgão sugere que um apoio governamental seria um facilitador. Incentivos fiscais, ações de segurança e proteção dos ativos, entre outros, seriam pré-requisitos para atrair novos projetos.

“O investimento em hotéis é absolutamente fundamental para a recuperação e o crescimento do setor de viagens e turismo”, afirma Julia Simpson, presidente do WTTC. “Os destinos devem ter um compromisso claro e adotar uma abordagem holística para se tornarem resilientes e competitivos”, continua. “À medida que nos recuperamos da pandemia e de forma mais consciente, os investimentos precisam não apenas beneficiar os destinos economicamente, mas, mais importante, social e ambientalmente”, acrescenta Julia.

Cases de sucesso

De acordo com o artigo, governança e estado de direito, infraestrutura física, conectividade aérea e terrestre, além de força de trabalho, estão entre os principais fatores facilitadores para o investimento hoteleiro. Para provar a constatação, o relatório analisou destinos populares que se beneficiaram da implementação desses elementos.

WTTC - Amsterdam

WTTC aponta Holanda como case de atração de investimentos

A Holanda, segundo o WTTC, oferece um ambiente propício para o investimento estrangeiro, com regulamentações menos restritivas e leis rígidas para penalizar a corrupção. Portugal, por sua vez, foi destacado pelo esforço para requalificar a força de trabalho. Com o programa TTT (Tourism Training Talent), o país lusitano investiu na qualidade dos serviços de formação de turismo.

Na questão da infraestrutura física, a Coreia do Sul – que é um dos países mais conectados do mundo – é protagonista, aponta o relatório. Para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, por exemplo, a nação asiática investiu fortemente em infraestrutura de transporte, resultando no aumento de quase 15% na oferta de quartos de hotel. Com isso, superou o crescimento geral do investimento na indústria de viagens do ano anterior, de 8,7%.

Alguns fatores adicionais e histórias de sucesso no relatório incluem liquidez nas Maldivas, ajuda governamental na Arábia Saudita, tributação na Colômbia, planejamento de destinos e sustentabilidade em Cingapura e Ruanda, cultura de serviços nas Filipinas e facilitação de viagens em Aruba.

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(*) Crédito da capa: edgarwinkler/Pixabay

(*) Crédito da foto: Michael_Luenen/Pixabay