O setor de turismo foi um dos mais afetados pelo Covid-19, que impôs diversas restrições aos empreendimentos hoteleiros. É o caso da Marriott International, que planeja se expandir no segmento all inclusive e possui mais de 7.600 propriedades e 1,4 milhão de quartos ao redor do mundo. Ricardo Caló, vice-presidente da rede nas Américas Central e do Sul, afirmou durante o FII Talks, fórum sobre fundos imobiliários promovido pela InfoMoney, que as operações na América Latina chegaram a cair mais de 70% durante o período mais crítico da pandemia.

Ainda de acordo com Caló, cerca de 10% dos hotéis da Marriott situados nas regiões sob sua liderança ainda não reabriram. Segundo ele, a América do Sul é o continente que apresenta recuperação mais lenta.

“Dependemos da distribuição das vacinas e ela foi lenta no continente em comparação com outros destinos. Isso de certa forma direcionou as viagens internacionais para países mais seguros em termos de Covid”, pontuou o executivo.

Ele ressaltou também que as restrições impostas variam de acordo com o mercado, o que influencia diretamente no setor, trazendo limitações na capacidade de hotéis, restaurantes e espaços destinados a eventos.

Caló avaliou que o setor de resorts é o que tem apresentado melhor desempenho no período de retomada, especialmente no Caribe e México. Por outro lado, os empreendimentos que dependem majoritariamente de viagens corporativas são os que mais estão sentindo o impacto das restrições.

Marriott International: impactos no Brasil

As operações da rede no Brasil também sentiram o forte impacto das restrições, visto que as atividades turísticas dependem diretamente de fatores como a confiança do público, o sistema de saúde e a distribuição das vacinas. Caló pontua, por outro lado, que o país está progredindo gradualmente.

“Estamos progredindo, essa é a boa notícia. Ainda não estamos vendo o movimento que gostaríamos de ver, com negócios vindo de fora do país. Mas o Brasil é um país muito forte, com o turismo local e doméstico. Quando o comparamos com nações que fecharam as fronteiras e só analisamos as viagens nacionais, o Brasil está muito à frente dos outros”, disse.

O executivo também menciona que, mesmo com o futuro indefinido, a rede tem monitorado as oportunidades no país. “Tivemos a oportunidade de fechar um acordo em Gramado (RS) e existem destinos como Minas Gerais em que não temos presença e esperamos ter hotéis no futuro. O Rio de Janeiro, claro, é sempre um local muito atrativo por conta de tudo o que a cidade oferece. Também observamos Santos e Porto Alegre”, declarou.

“Muitas coisas vão mudar daqui para a frente e creio que certas viagens serão repensadas no futuro. Mas também acredito que em determinado momento as viagens corporativas serão retomadas por causa da importância dos encontros presenciais”, finalizou Caló.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Marriott International