Pelo que se comenta, o deal já estava no mercado há certo tempo. E, hoje (29), veio a confirmação: a Atlantica Hospitality International assumiu os contratos de gestão do THG (Transamerica Hospitality Group). Envelopada como uma aliança comercial, o negócio envolve 24 hotéis (4.304 quartos) da rede fundada por Aloyzio de Andrade Faria (morto ano passado), à exceção dos dois principais ativos do grupo: Transamerica Comandatuba e Transamerica São Paulo, que continuarão sob o guarda-chuva do Conglomerado Alfa. O acordo já passa a valer no mês que vem.

Procuradas essa semana pelo Hotelier News, as partes não confirmaram o acerto. O anúncio não havia sido oficializado ainda porque o contrato foi assinado apenas hoje. Em paralelo, conversas com os condomínios estavam em curso. Uma live com a participação de lideranças das duas operadoras, incluindo Eduardo Giestas, celebrou a parceria oficialmente na hora do almoço.

Os moldes do acordo são similares aos feitos pela Atlantica com Vert Hotéis. No entanto, fizemos questão de citar a palavra “envelopada” no início do texto porque certamente haverá compensação financeira (não anunciada) por parte da rede sediada em Barueri para assumir os contratos do THG.

No comunicado ao mercado, a Atlantica informa que terá o direito de explorar e desenvolver, com exclusividade, a marca Transamerica. É provável contudo, que a rede converta futuramente as unidades para suas bandeiras próprias: Go Inn e E Suites. Outra possibilidade real, principalmente em relação aos flats na capital paulista, seria inserir essas unidades em sua plataforma de short-term rentals.

Não se sabe também as bases do acordo entre as duas operadoras, mas é também de conhecimento do mercado que os contratos de administração do THG eram – principalmente dos flats em São Paulo – de curta duração. Tal situação afastou o interesse de outras operadoras, caso da Accor.

União

O negócio unirá a segunda maior administradora de hotéis do país com a oitava em número de unidades sob gestão. Embora a Atlantica seja um player extremamente relevante no setor, a grande pulverização do mercado hoteleiro faz com que o grupo responda por apenas 5% do inventário de quartos do país. Dessa forma, o negócio não carece de embates com órgãos reguladores, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Em entrevista ao Valor Econômico, Giestas explicou que o racional do negócio é a busca por escala. “São 24 hotéis, mais três no pipeline (que devem ser inaugurados entre o fim deste ano e início do ano que vem). Mais ainda, a parceria faz com que a Atlantica chegue a novas praças, como Campo Grande, Sinop e Sorriso. Com o acordo, a rede paulista fechará o ano perto de 27 mil quartos e cerca de 170 hotéis sob gestão.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Atlantica Hospitality International