Desde 1792, o dia 21 de abril não é uma data qualquer. Há 229 anos morria José Joaquim da Silva Xavier, popularmente conhecido como Tiradentes. O homem que deu o nome ao feriado tornou-se símbolo da Inconfidência Mineira e deu sua vida pela causa que lutou como o único réu confesso.

Na manhã do dia de sua morte, Tiradentes deixou o calabouço onde ficava, hoje também conhecido como o prédio da Assembleia Legislativa, no Rio de Janeiro. Atravessou metade do centro caminhando sob escolta por quase duas horas e subiu o patíbulo para ser enforcado. Estava, o que é mais provável, barbeado e com o cabelo curto, na forma como ocorriam essas execuções, e não como a figura de cabelos longos e barba que conhecemos dos livros de História.

Aquele 21 de abril não foi um dia típico. Execuções de Estado por crime de lesa-majestade eram muito raras. Os sinos das igrejas dobraram, a capital da colônia parou. Mas, nas décadas seguintes, a morte do Tiradentes se tornou apenas a lembrança de uma revolução que ia contra o domínio colonial português, mudança que aconteceria apenas no século seguinte.

Tiradentes foi, por escolha própria, o único réu confesso. Por isso, o único condenado à morte. Mas não foi o único inconfidente morto. Cláudio Manuel da Costa amanheceu enforcado na cadeia um dia após o depoimento que envolvia gente poderosa. Dois morreram de doença nas celas úmidas e fétidas antes do julgamento. E outros nos trabalhos forçados dum exílio desumano.

Contamos mal a história da Inconfidência, um movimento que se inspirou nas ideias dos mesmos filósofos por trás das revoluções de Estados Unidos e França. Mas amanhã é Dia de Tiradentes, data que a República criou e nos lembra que há séculos existem pessoas lutando por um país mais livre do que outrora. Depois dele, outros também foram executados por lutar pelo que acreditam, sob outros contextos e razões.

Feriado nacional

E, como é de praxe em feriados nacionais, o Hotelier News dá uma pausa em suas publicações. Voltaremos na quinta-feira (22), às 9h, com novas notícias do mercado hoteleiro.

A pandemia ainda está entre nós. Descansem no feriado, fiquem em casa e cuidem-se.

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