Apesar ter registrado alta de 47,3% no faturamento em junho, o turismo nacional sofreu queda de 3,1% no primeiro semestre. A perda nos seis primeiros meses do ano, em valores, chegou a R$ 1,9 bilhão, de acordo com a FecomercioSP (Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

Em junho, apesar do crescimento e faturamento em R$ 10,2 bilhões, os índices ficaram abaixo do mesmo período em 2019, quando o valor era 26,3% maior. Já no primeiro semestre de 2021, a atividade que mais contribuiu para reduzir o faturamento foi o transporte aéreo. Com queda de 16,2%, pressionou em -4,23 pontos porcentuais (p.p.) o resultado geral.

Já a variação positiva ficou por conta do transporte terrestre (intermunicipal, interestadual e internacional), que apresentou alta de 8,2% e 1,48 p.p. de impacto no desempenho geral. Contudo, o setor continua com dificuldades em comparação ao período pré-pandemia.

Com o faturamento R$ 3,6 bilhões abaixo do registrado até então, cinco dos seis grupos analisados ainda estão no negativo e não se recuperaram totalmente. As maiores quedas foram observadas nos grupos transporte aéreo (45,2%), serviços de alojamento e alimentação (29,7%) e atividades culturais, recreativas e esportivas (25,3%).

Retomada do turismo

De acordo com Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP,  é perceptível a relevância do turismo doméstico de lazer se ampliando. Isso, de certa forma, compensa o retorno lento das viagens de negócios e eventos, além das vendas de destinos internacionais.

“Será muito importante que os empresários do setor desenvolvam estratégias de divulgação, promoções e fidelização de clientes. O objetivo é que o turismo doméstico se mantenha como item constante no orçamento das famílias”, diz.

Perspectivas

Anualmente, os seis grupos em análise apresenta crescimento no faturamento frente 2020, destacando transporte aéreo (149%) e serviços de alojamento e alimentação (65%). Por outro lado, a base de comparação é frágil em razão do período de atividades praticamente paradas e o auge da pandemia.

A expectativa é que a redução das restrições e o avanço da vacinação proporcionem, no segundo semestre, um ritmo maior na retomada do setor. Importante ressaltar, contudo, que está volta à normalidade depende do respeito aos protocolos de distanciamento, de higienização e utilização de máscaras.

Além disso, a vacinação deve ser incentivada, pois é uma das variáveis essenciais para o retorno seguro. Neste aspecto, sobre a variante delta, mais transmissível e responsável por mais de 60% dos casos da Covid-19 no Rio de Janeiro, também não se espera um grande empecilho à retomada.

(*) Crédito da foto: Alex Zabache/Unsplash