Após as medidas do presidente Donald Trump em relação a imigração estamparem todos os jornais do mundo, Marx Beltrão, ministro do Turismo do Brasil, defendeu, em entrevista à Darse Júnior, da Agência de Notícias do Turismo (ANT) a dispensa de vistos para países estratégicos como os Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália. 

Segundo Beltrão, a medida injetaria até R$ 1,4 bilhão na economia brasileira e, mesmo com o "endurecimento" anunciado por Trump, o País seguirá lutando pelo fim da exigência de visto para brasileiros.

"As medidas consulares devem ser adequadas às realidades econômicas, à segurança nacional e à pressão migratória de cada país. As realidades do Brasil e dos Estados Unidos são completamente distintas. Se eles optaram por criar barreiras para turistas de diversas nações entrarem e movimentarem a economia norte-americana, porque sofrem enorme pressão migratória, melhor para os outros destinos. No caso do Brasil, queremos gerar emprego e renda para a população. Atualmente temos mais de 12 milhões de brasileiros procurando emprego", explica o ministro.

Beltrão também lembrou que o Brasil possui acordos bilaterais com quase 90 países pelo mundo, inclusive os pertencentes à União Europeia, da América do Sul, da África do Sul, México, Rússia, Israel, entre outros, "grandes emissores de turistas", segundo ele.

"Quando só dispensamos os vistos aqueles turistas de países que não exigem vistos para os brasileiros, estamos delegando uma decisão estratégica nossa para os líderes de outras nações. Estamos, na realidade, nos apropriando de uma decisão da qual nunca deveríamos ter aberto mão. Como ministro do Turismo do Brasil quero intensificar ao máximo o fluxo de visitantes nacionais e internacionais", ponderou.

"Cada visitante, pela nossa proposta, pode ficar apenas 90 dias no nosso País. Caso a dispensa não movimente a economia como esperamos, o governo pode recuar e voltar a exigir os vistos", complementou Beltrão.

O ministro do Turismo ressaltou ainda a experiência dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016. "Isentamos os vistos de americanos, canadenses, australianos e japoneses por um período de 4 meses. Dos 163.104 turistas dessas quatro nacionalidades que entraram no país, 74,06% usaram a dispensa do visto e mais de 85% disseram que a manutenção da isenção de vistos facilitaria um retorno ao país. Estes estrangeiros deixaram US$ 167,7 milhões na economia nacional, aproximadamente 8,68 vezes a mais que o valor que o Brasil deixou de arrecadar em taxas consulares".

Serviço
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* Crédito da foto: Pixabay/gabyps