Segundo dados recentes divulgados pela Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), o retorno do turismo de negócios já dá sinais de recuperação. No segundo trimestre, o segmento faturou R$ 769 milhões, operando 75% abaixo dos níveis pré-pandemia. De acordo com uma pesquisa realizada pelo TRVL Lab, em parceria com a Elo, 84% dos profissionais gostam de viajar a trabalho, mas acreditam que a redução do ritmo tem beneficiado o relacionamento familiar.

O estudo foi baseado nas respostas de 543 viajantes de trabalho de todas as regiões do Brasil e aponta que as viagens constantes de algumas profissões passarão a ser mais restritas por conta do impacto da rotina dentro de casa. Outro ponto relevante é que as viagens de negócios serão mais planejadas e envolverão múltiplas atividades como forma de otimizar os deslocamentos.

Cerca de 80% dos entrevistados apostam em uma mudança para decisões mais criteriosas das empresas a respeito de quais viagens serão realizadas, enquanto 82% enxergam que a adaptação ao modelo de trabalho remoto se manterá mesmo com o fim da pandemia, com reuniões breves realizadas virtualmente.

Praticamente metade dos entrevistados (49%) também enxergam os benefícios da redução de viagens para aumento da qualidade de vida, com mais tempo para família e lazer. 92% afirmam que a vacinação em massa é fundamental para a retomada das viagens de negócios, mesmo que com orçamento menor em comparação a antes.

Neste segundo semestre, mais da metade dos entrevistados (55%) afirmam que farão viagens comerciais dentro dos próximos seis meses, o que aponta para um cenário em que as pessoas ficam mais confiantes em voltar a circular com o avanço da vacinação pelo país.

TRVL Lab - grafico

TRVL Lab: novos hábitos de viagem

A volta das viagens também sinaliza a implementação de novos costumes para conforto e segurança. Para tornar a experiência de viagem mais agradável, 67% gostariam que fosse mantida a opção de fazer o check-in do voo online; 54% desejam que seja entregue um café da manhã express nas viagens; e 33% esperam que o desembarque da aeronave seja feito por filas. Para garantir a proteção, 61% defendem o uso de máscara em ambientes fechados caso haja sintomas de covid-19, e 57% são a favor do uso de máscara nos meios de transporte.

Entre os meios preferidos para locomoção, o avião é o mais desejado por 52% dos brasileiros, seguido da opção de viajar com veículo próprio (23%) e daqueles que gostariam de viajar com automóvel da empresa (15%).

Quem são os viajantes corporativos

Os “donos” são os pequenos e médios empresários, majoritariamente homem, que tem entre 30 e 39 anos e não sentiram tanto as mudanças na forma de trabalhar. Costumavam viajar entre três e dez vezes por ano a trabalho, antes da pandemia, são adeptos do bleisure (tendência de empresários adicionarem passeios turísticos a uma viagem). Usam bastante o próprio carro para ir e voltar do trabalho e estão prontos para voltar a rodar o Brasil fazendo negócios.

Os “jovens profissionais” têm entre 18 e 24 anos, e atuam em atividades administrativas, geralmente no comércio e na área de educação. Antes da pandemia, faziam cerca de três viagens por ano, são adeptas de novas tecnologias, mas estão esperando estarem 100% vacinadas para voltar a viajar.

Já os “viajantes premium” são homens, com mais de 60 anos, renda familiar acima de R﹩ 20 mil e que trabalham em grandes empresas. Por conta do hábito, preferem o trabalho presencial e querem voltar ao escritório o quanto antes. Viajantes natos que somavam mais de 20 viagens ao ano antes da pandemia, estão prontos para o retorno à rotina de aeroportos, mas agora com mais planejamento e aproveitando a mesma viagem para mais de um propósito. Voos diretos e hotéis confortáveis são suas preferências.

Os viajantes da pandemia geralmente trabalham em pequenas empresas que tiveram importante corte de pessoal durante a pandemia e que não adotaram ou adotarão o trabalho remoto. Entre 30 e 39 anos, eles gostam do trabalho presencial e viajavam mais de 20 vezes por ano antes da pandemia. Mesmo durante a crise, conseguiram viajar cerca de cinco vezes, pois acreditam na importância de estarem presentes para conclusão de negociações e para participação em eventos. Notaram aumento da qualidade de vida, porém sentem queda na produtividade pessoal sem as viagens, e desejam viajar tanto de avião quanto em veículo próprio.

As que “preferem o trabalho remoto” são viajantes de 30 a 39 anos, funcionárias de médias e grandes empresas, que se adaptaram muito bem ao trabalho remoto e gostariam de continuar nesse modelo, tanto para aumento de produtividade quanto para qualidade de vida. Faziam de duas a três viagens por ano antes da pandemia e gostam de viajar a trabalho. Também estão esperando ser vacinadas e abraçaram a tecnologia em substituição às reuniões e encontros presenciais. Os protocolos de saúde são fundamentais na escolha dos hotéis onde se hospedarão.

Para ver o estudo completo acesse o link.

(*) Crédito da foto: Pixabay

(**) Crédito do gráfico: Divulgação/TRVL Lab