Apesar de carioca da gema, Victor Masetti tem um carinho especial pelo Espírito Santo. E há um bom motivo para isso: no estado, iniciou sua carreira na hotelaria e, melhor ainda, conheceu sua esposa – também hoteleira. Aos 34 anos, o atual gerente geral do Windsor Barra, cinco estrelas que integra o portfólio da Windsor Hoteis no Rio de Janeiro, Masetti é o convidado do Hotelier News na sessão Três perguntas para de hoje (22).

Pai de uma filha de quatro patas (sua cadelinha Lunna), o executivo gosta de aproveitar as horas livres ao lado da família em atividades ao ar livre, de preferência curtindo o mar. Estudar filosofia é outro grande interesse pessoal e Masetti recomenda, inclusive, as aulas da professor Lucia Helena Galvão para quem tem vontade de aprender um pouco sobre a disciplina. Sobre o momento atual do mercado carioca, ele vê alguns desafios à frente.

“O ano de 2021 tem sido de muitos ajustes e modernização, para um público que espera um ambiente seguro, com tecnologia, conforto e o padrão dos serviços da marca. Mesmo com as mudanças, mantivemos a identidade Windsor. Para 2022, acreditamos que o aprendizado desses dois últimos anos servirá como base para continuarmos crescendo”, afirma Masetti. O restante da entrevista pode ser lida abaixo. Boa leitura!

Três perguntas para: Victor Masetti

Hotelier News: O Rio de Janeiro, diferentemente de São Paulo, consegue um equilíbrio maior entre as demandas corporativa e de lazer. Agora, isso vale para a Barra da Tijuca também? Como tem procurado posicionar o hotel?

Victor Masetti: O Rio tem uma vocação para diversos tipos de turismo. Quando falamos da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, vemos claramente grandes diferenças em relação ao público da Zona Sul. Com a pandemia, percebemos uma redução em alguns nichos e crescimento de outros. Antes, por exemplo, tínhamos prioritariamente o público de eventos e business durante a semana e o de lazer, nos finais de semana.

Durante o período da pandemia, o setor de eventos foi extremamente afetado, seja pelas restrições dos órgãos reguladores ou pela insegurança de longas viagens aéreas e aglomerações em locais fechados. Com isso, percebemos uma forte demanda reprimida de um público que costumava viajar para outros países ou estados. Por outro lado, o carioca passou a curtir mais o próprio Rio de Janeiro, a conhecer as praias de curta distância da sua residência, além dos mineiros e goianos.

Direcionamos energia para este público que quer sair de casa, do confinamento, mas sem perder a segurança de sua residência. Nesse sentido, percebemos o quão é importante oferecer um ambiente seguro. Focamos em ações que chamam a atenção do próprio carioca e de regiões limítrofes.

HN: Como será 2022: um ano ruim como muitos outros que a hotelaria carioca já viveu ou um ano pouquinho pior do que isso?

VM: Acredito que a hotelaria carioca, por mais momentos difíceis que tenha passado, nunca havia se deparado com uma situação com a que estamos vivendo. Em 2019, tínhamos uma expectativa excelente para 2020, as previsões eram promissoras. No início da pandemia, essa perspectiva ficou turva e com pouquíssima visibilidade futura, mas era necessário continuar caminhando e, para isso, tivemos que nos reinventar. Com as equipes operacionais, de vendas e de tecnologia focadas em oportunidades que surgiam em meio à pandemia, revisamos processos, adequamos nossas estruturas e serviços e nos posicionamos com segurança aos hóspedes.

O ano de 2021 tem sido de muitos ajustes e modernização, para um público que espera um ambiente seguro, com tecnologia, conforto e o padrão dos serviços da marca. Mesmo com as mudanças, mantivemos a identidade Windsor. Para 2022, acreditamos que o aprendizado desses dois últimos anos servirá como base para continuarmos crescendo. Com a vacinação em massa, o sólido relacionamento da rede com os clientes, o posicionamento fiel aos protocolos e nossa constante modernização, prevemos um cenário mais promissor.

HN: Que conselho daria para um gerente geral recém-chegado a um hotel de luxo na Barra em meio à pandemia?

VM: Interessante essa pergunta e bem reflexiva. A Barra da Tijuca tem um potencial enorme e seu share como destino no Rio de Janeiro vem crescendo gradualmente ano a ano. Os produtos de luxo têm sido como refúgios urbanos para aqueles que buscam algo além de serviços diferenciados: experiências seguras, com protocolos efetivos. Em um primeiro momento, parece quase impossível associar tudo isso dentro de normas tão rígidas, porém, quando as equipes estão bem treinadas, a estrutura é cuidada e a tecnologia atualizada, o exercício da atividade fica mais leve e o encantamento é certeiro.

Não pense, entretanto, que essa solução é definitiva, como uma receita de bolo. Temos uma longa caminhada pela frente com mudanças quase diárias e um gerente geral precisa estar sempre atento e atualizado, reorientando a equipe e “saindo da caixinha” para oferecer novas e dinâmicas soluções, sempre com um sorriso no rosto. Agora, sem tirar a máscara, claro.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Windsor Hoteis