Toni Santiago gosta de fazer trilhas de mountain bike e pescar na Baía de Marajó nas horas vagas. Além disso, é um grande apreciador da natureza e não abre mão de estar sempre perto dela. Como indicação de leitura, o presidente da ABIH-PA (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Pará) deixa como indicação de leitura o livro Dedique-se de coração: como a Starbucks se tornou uma grande em presa de xícara em xícara, de Howard Schultz.

Santiago é administrador de empresas, empresário, hoteleiro e agente de viagens. Começou a carreira aos 17 anos como corretor de imóveis e aos 28 abriu a Pousada dos Guarás, na Ilha de Marajó, empreendimento que já tem mais de três décadas de atividade.

Aos 32 anos, juntamente com os irmãos, abriu o Itaoca Hotel em Belém. Além disso, atuou como representante master da CVC no Pará por 15 anos, abrindo 16 lojas no estado.

Hoje (3), Santiago é o convidado do Hotelier News e fala sobre as perspectivas para a hotelaria paraense.

Três perguntas para: Toni Santiago

Hotelier News: Neste momento de retomada da hotelaria, a capacitação de mão de obra para atender à alta da demanda é um dos grandes desafios do setor?

Toni Santiago: Sem dúvida a capacitação da mão de obra sempre foi e será uma preocupação e um desafio para a Hotelaria como um todo. Principalmente na região Norte, onde – digamos – os recursos são ainda bastante limitados.

Ainda passamos por um período de “adaptação “. Aqui temos um diferencial: grande parte da hotelaria são unidades pertencentes a redes internacionais e possuem estrutura para uma rápida retomada. Os pequenos e médios hotéis são, infelizmente, os que mais sofrem, precisando se adaptar a uma nova realidade, pois a hotelaria de Belém é movida basicamente pelo turismo de negócios e eventos, que ainda estão muito aquém do que estavam antes da pandemia.

HN: O cancelamento do réveillon e carnaval em Belém pode afetar economicamente o setor de forma significativa? Existe um plano B para garantir a elevação dos indicadores, mesmo com as restrições?

TS: Como já disse, o mercado de Belém é baseado 90% em turismo de negócios e eventos. Não temos um carnaval forte na capital. Tudo é voltado para o interior do estado onde existem destinos de Sol e praia. Portanto, não seremos atingidos neste particular.

Precisamos que os voos para Belém sejam normalizados para que possamos, no primeiro momento, manter uma ocupação razoável.

HN: Para 2022, quais são as projeções? Existem novos empreendimentos e iniciativas em vista?

TS: Esperamos para 2022 restabelecermos uma razoável normalidade. Teremos que começar tudo de novo. Nosso centro de convenções terá que ser reativado e remodelado para atrairmos nosso principal produto e temos a expectativa de que as companhias aéreas retomem à normalidade. Além disso, buscamos fazer parceiras com os governos na captação de recursos e mercado.

Temos alguns empreendimentos em vista. Uns que foram parados e outros que devem ser lançados tanto na capital como no interior do estado. Temos também aeroportos sendo inaugurados e outros, reativados. Já dispomos de novos voos dentro do estado para atender ao turismo de negócios e lazer.

Outra coisa importante será a necessidade repactuação das dívidas tributárias da indústria do turismo como um todo. Estamos esperando uma sinalização dos governos para entrarmos em 2022 com mais esperança e determinação na retomada dos negócios.

(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal