Sérgio SouzaSouza: este é o maior desafio da minha carreira como hoteleiro

O turismo de maneira geral vem sofrendo as consequências da pandemia de coronavírus. Como um dos principais braços do setor, a hotelaria vem desenvolvendo pleitos e enviando demandas ao governo para garantir sua sobrevivência no pós-crise. Sérgio Souza, presidente da Resorts Brasil, é um dos nomes envolvidos na articulação por medidas que auxiliem a redução dos impactos da Covid-19 e nosso entrevistado do Três perguntas para dando seu olhar sobre o segmento de resorts. 

“O maior desafio da minha carreira como hoteleiro até agora”, esta é a forma como o executivo define o atual momento. Paulista natural de São Carlos, Souza é formado em Administração e pós-graduado em Marketing. Além de presidir o Conselho da entidade, também atua como diretor comercial do Casa Grande Hotel, onde completa 15 anos de casa em 2020.

“Atuei em diversos segmentos, mas me apaixonei pelo segmento de resorts. Como presidente da Resorts Brasil enfrento no meu mandato o maior desafio da nossa sociedade. Vai ser muito gratificante sair de toda esta crise e olhar para trás sabendo que pude contribuir um pouco para a manutenção deste setor tão apaixonante”, declara.

Três perguntas para: Sérgio Souza

Hotelier News: Toda a cadeia hoteleira sofreu o impacto do coronavírus e aguarda uma retomada no segundo semestre. Quais as expectativas do setor de resorts para a recuperação?

Sérgio Souza: A expectativa é que a gente consiga retomar no segundo semestre, mas não sabemos dizer em qual mês. Vai depender muito da curva da pandemia. A gente espera que em setembro já haja essa retomada, mas o melhor cenário seria que isso acontecesse em julho.

HN: Quais medidas a Resorts Brasil vem adotando para dar suporte aos seus associados? Quais serão os primeiros passos quando a crise passar?

SS: São várias as medidas. Em primeiro lugar, a Resorts Brasil vem adotando ações e defesa dos pleitos de sustentação macroeconômica para os seus associados e suporte da manutenção dos postos de trabalho dos seus respectivos colaboradores, seja pleiteando demandas com os ministérios do Turismo, Desenvolvimento Regional, Economia e aos diferentes poderes da república, seja pleiteando linhas de crédito e suporte para a manutenção de seus negócios, estabelecendo uma linha de comunicação de demandas e necessidades entre os associados, alinhando-se e se unindo a todas as demais associações hoteleiras, de parques, Conventions Bureau, para uma frente ampla junto às diferentes esferas de governo.

Os primeiros passos quando a crise passar são a retomada dos negócios, reorganização das atividades dos resorts, planejamento de médio e longo prazo para que a gente consiga buscar os índices de saúde que tínhamos em 2014 e 2015, reequilibrar custos, despesas, ampliação de lucratividade, retomada de investimentos. Enfim, reorganizar todo o segmento para que a gente volte a manter níveis de ocupação e de receitas compatíveis com os investimentos de cada empreendimento. Acreditamos que isto deverá levar mais de um ano pelo menos para que seja atingido e alcançado.

HN: O setor hoteleiro vem passando por grandes aprendizados com a crise. Qual será o legado dos resorts? Como o setor vai se comportar a partir da retomada?

SS: O setor hoteleiro vem passando por grandes aprendizados e o legado dos resorts será a defesa incondicional de todas as necessidades do segmento para que a gente consiga impedir o colapso da cadeia no Brasil. Este será o aprendizado não só da Resorts Brasil, mas de todas as associações.

Vamos retomar as atividades com o pé no chão, vislumbrando planejamentos de reestruturação e voltar aos poucos com as demandas seja de turismo de lazer ou de negócios e mais fortalecidos. As crises, por mais graves que sejam, e esta é a maior que já passamos, sempre nos fortalece.

(*) Crédito da foto: Arquivo HN