Rui Schürmann é pai de quatro filhos e gosta de velejar nas horas vagas. Além disso, o profissional é apaixonado por MPB (Música Popular Brasileira) e ouve sempre que tem oportunidade.

Graduado em Direito pela Univali (Universidade do Vale do Itajaí), possui MBA executivo global em Gestão Empresarial e Economia pelo ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) e em Gestão de Negócios Empresariais pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Schürmann atua como presidente da ABIH-SC (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina) desde janeiro deste ano e possui mais de 20 anos de experiência na hotelaria.

Na sessão de hoje (14), o Hotelier News recebeu o profissional, que falou, dentre outros assuntos, sobre a retomada do turismo de negócios no estado.

Três perguntas para: Rui Schürmann

Hotelier News: O que pode ser feito de forma criativa para estimular a volta do turismo de negócios no estado?

Rui Schürmann: O retorno do turismo de eventos de negócios é um dos maiores desafios da indústria do turismo atualmente. Já está acontecendo o retorno gradual dos eventos, temos já festas sociais e eventos de lazer programados e acontecendo, claro que em moldes ainda diferentes do que acontecia antes da pandemia, mas o principal neste momento é o retorno. O turismo de negócios também começa a dar sinais de retomada, ainda com poucos eventos, mas já com cotações e movimentações que levam a acreditar na breve retomada.

A criatividade já faz parte do setor, mas o principal neste momento é o convencimento dos clientes de que temos condições de realizar os eventos com segurança e de forma a atender as necessidades de todos. As tecnologias mais utilizadas na pandemia ajudam nesta questão, agregando outros serviços, mas também outros desafios.

HN: Quais as perspectivas para o segmento de eventos?

RS: O afastamento social nos apresentou, de forma mais efetiva, a vida “online” e com ela grandes mudanças. Hoje pudemos entender que nem sempre é necessária a presença física para resolver determinadas questões ou problemas. Esta questão afetará sim os eventos, mas, diferente do que muitos previam, temos percebido que o contato pessoal continua importante e diria que, neste momento, está em alta. As pessoas querem se reencontrar, querem colocar as conversas em dia, querem ter novamente o contato. E isto não é uma previsão e sim uma constatação do que está acontecendo. Essa busca pela ressocialização ajuda em muito o setor de eventos. Temos percebido que o segmento já está retomando e temos que estar preparados para isso. A perspectiva é a melhor possível, mas ainda é lenta, porque os eventos têm uma natureza de maior planejamento, portanto, necessitam de mais tempo para serem programados. Já acompanhamos o retorno de vários tipos de ações, como casamentos, e gradualmente teremos outros tantos também acontecendo. Com o avanço das vacinações acompanharemos o retorno de todos os tipos de eventos. Então, poderia dizer que neste momento e obedecendo um ritmo lento, mas crescente, a perspectiva é a melhor possível.

HN: Em outra oportunidade, você mencionou que muitos visitantes dos países vizinhos, principalmente Argentina, optam por estadas mais longas, ficando de 26 dias a um mês. Você acredita que essa tendência será um dos fatores que irão alavancar a volta da hotelaria no estado?

RS: Os visitantes de países fronteiriços geralmente se deslocam de carro e com parte da família, portanto, a viagem é longa e cansativa. Eu diria que, para valer a pena, eles têm que ficar por muitos dias no litoral de Santa Catarina. Não acredito que esta tendência mude, porém, também ainda não temos a certeza do retorno destes turistas. Já estão aparecendo cotações e manifestações de muitos em visitar o litoral catarinense, mas ainda estamos dependendo de medidas sanitárias e do retorno do efetivo trânsito nas fronteiras. Temos a expectativa de que sim, teremos turistas estrangeiros dos países vizinhos e isso auxiliará na retomada da hotelaria. Esta expectativa é gerada não pelas notícias, mas pelo retorno dos contatos e cotações destes turistas. Uma boa temporada de verão se caracteriza pela quantidade de turistas, mas, principalmente, pela distribuição destes ao longo da temporada. Neste momento podemos afirmar que o Natal e Réveillon serão bons, com ocupação pelo menos igual a temporada de 2019/2020. Já no decorrer do mês de janeiro e o mês de fevereiro é muito cedo ainda para afirmarmos algo, pois é justamente este o período do turista estrangeiro.

(*) Crédito da foto: Divulgação/ABIH-SC