Com quase 30 anos de atuação no setor turístico, Roberto Areias é diretor geral do Sables Hotel Guarulhos (SP) e do Grupo BRW, franqueado da Flytour. A vasta experiência e dedicação à hospitalidade, no entanto, dividem o tempo do executivo entre a esposa biógrafa Adriana e dois filhos João Vitor (12) e Rafael (10).

Entre os hobbies, Areias divide as principais diversões com os filhos, que segundo ele, herdaram o DNA em alguns gostoso. “Como eu, eles gostam de motos e cavalos, já tendo pilotado e montado — o que fazem muito bem. Além disso, ambos tocam instrumentos”, afirma Roberto. O mais velho, Jovi, toca guitarra, enquanto o caçula é um “baita” baterista, nas palavras do pai.

O entrevistado da seção Três perguntas para de hoje também se considera eclético quando o assunto é música, mas destaca alguns ritmos. Samba de raiz, MPB, sertanejo, country americano e rock clássico são os preferidos.

“Para leitura, indico biografias em geral, já que sou casado com uma biógrafa. Seja de pessoas não conhecidas ou conhecidas. Das conhecidas, cito Amyr Klink”, finaliza.

Três perguntas para: Roberto Areias

Hotelier News: Como você vê o mercado hoteleiro da região de Guarulhos nos próximos meses? E no pós-pandemia? De que forma, em geral, o fluxo do aeroporto influencia no desempenho dos hotéis?

Roberto Areias: Toda hotelaria em região de aeroporto é influenciada diretamente. Em Guarulhos, sem dúvidas os hotéis sentiram muito fortemente os efeitos da pandemia. A retomada vem sendo gradual e se mostrou mais forte nos últimos dias.

Com o avanço da vacinação sentiremos essa melhora. Já percebemos um maior interesse das pessoas em entender as possibilidades de viagens para o segundo semestre, em um sinal claro de que esperam estar vacinadas e aptas a viajar ainda este ano. Nossa expectativa é que o último trimestre de 2021 já tenha uma procura para viagens a lazer bastante forte. Será o turismo interno que sustentará os hotéis neste período.

Já o turismo corporativo, ainda espera as aberturas de países-chave e a questão das vacinas “brasileiras” serem ou não aceitas nos EUA e continente europeu precisa ser vencida rapidamente. Não podemos ter uma maioria de brasileiros impedidos de viajar por conta das vacinas que receberam.

HN: Com a mudança acelerada pela crise, quais as principais mudanças propostas à hotelaria corporativa em sua visão? Quais adaptações serão necessárias?

RA: As empresas estão considerando a segurança sanitária como item fundamental na definição de seus parceiros para hospedagens. Não existe cobrança por certificados ou protocolos específicos, mas sim que exista a preocupação contínua com a questão do afastamento social, uso de máscaras etc. Entendo que a hotelaria pode e deve manter alguns desses procedimentos vivos mesmo no pós-pandemia. Alguns hábitos como uso de luvas em Buffets, por exemplo, parecem ser bastante práticos e simples de serem mantidos e dão, sem dúvidas, uma melhor proteção quanto à qualquer contaminação alimentar.

Os protocolos de limpeza de apartamentos e demais áreas foram reforçados, contando com produtos de higienização específicos, comprovadamente eficiente para vírus como o Covid-19.

Sendo mantidos esses aprendizados, é um ganho importante para todos os hóspedes e clientes.

HN: Em seu ponto de vista como especialista atuante na Flytour, quais as principais tecnologias para os hotéis daqui para frente “ignorando” a pandemia? O que será determinante para continuar obtendo bons resultados? Quais os caminhos?

RA: A hotelaria é um serviço essencial e deve ser visto e respeitado como tal. Eu espero que as futuras tecnologias para reservas de hotéis consigam levar o melhor custo/benefício ao cliente final, sem onerar a tarifa com margens de intermediação maiores do que as margens de resultado dos próprios hotéis.

Entendo que o hotel ideal, com a melhor localização, o nível de serviço adequado, as facilidades oferecidas coerentes com o tipo de hóspede etc. é algo muito particular de cada cliente. Além disso, se um cliente tem um uso frequente e importante de um hotel, nada mais óbvio que essa negociação seja diferenciada e que essa tarifa seja muito bem negociada.

Atualmente, com as tecnologias atuais, clientes diferentes pagam preços iguais. Todos pagam o mesmo preço (alto), corroendo as margens do próprio hotel, que é quem precisa reinvestir todos os dias para manter um produto adequado e de alta qualidade.

O papel do agente de viagens hoje, na hotelaria, é essencialmente identificar oportunidades, negociar esses volumes e proporcionar o Ganha x Ganha entre o cliente e o hotel, ficando com sua justa parte neste processo de gerenciamento.

Creio que este seja um caminho que as novas tecnologias irão percorrer.

(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal