Três perguntas para: Régis Medeiros
9 de novembro de 2021Régis Medeiros gosta de velejar de kite e fazer passeios de moto nas horas vagas. Além disso, é adepto do ciclismo e também gosta de pilotar seu pequeno avião sempre que tem tempo. O presidente da ABIH-CE (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará) é um grande simpatizante da música e fã de artistas como Tears for Fears, Pet Shop Boys e Elton John.
Medeiros é graduado em Administração de Empresas pela UNIFOR (Universidade de Fortaleza) e possui vários cursos paralelos relacionados às áreas de turismo e hotelaria, setor no qual atua há 36 anos. Além da presidência da ABIH-CE, ele também é diretor dos hotéis Villa Mayor e Villa Smart, fez parte dos fundadores da AMHT (Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo do Ceará), em 1991, e foi presidente do Fortaleza Convention & Visitors Bureau nas gestões 2002/2008 e 2014/2018.
Convidado pelo Hotelier News na sessão de hoje (9), ele fala a respeito das perspectivas da hotelaria cearense no novo normal.
Três perguntas para: Régis Medeiros
Hotelier News: Neste período de retomada, qual o principal desafio da hotelaria do Ceará?
Régis Medeiros: Eu diria que o principal desafio foi sobreviver ao período da pandemia, que foi muito duro, especialmente o ano passado, com quatro meses de hotéis fechados. É uma retomada muito lenta e um exemplo disso foi o mês de julho de 2020, que tivemos 7% de ocupação nos hotéis que foram reabertos, o que significa aumento considerável dos custos, mas nós tínhamos que dar esse primeiro passo. Foi uma luta muito grande para que os empreendimentos permanecessem abertos e retornassem às suas atividades e, com isso, fomos tendo melhora dos indicadores, até que em março deste ano tivemos uma segunda onda, que também afetou a hotelaria. Agora, na retomada, também temos o desafio de manter a excelência e qualidade nos serviços, principalmente nos hotéis de litoral, que são mais charmosos e têm uma boa demanda de A&B (Alimentos & Bebidas), e justamente por isso tiveram uma recuperação mais rápida. Nesse sentido, muitos hotéis têm feito retrofit e investimentos para dar um upgrade na sua qualidade e na melhoria de seus equipamentos para um público que consequentemente está mais exigente. Por último e não menos importante, temos a questão dos protocolos de biossegurança, que precisamos garantir que eles sejam totalmente cumpridos.
HN: Quais os principais ensinamentos que a pandemia deixou para a hotelaria cearense?
RM: Resiliência, acima de tudo. Além disso, este período fez com que os hotéis voltassem suas atenções para o aprimoramento em seus serviços e, principalmente, valorização da experiência como um todo. As pessoas estão ávidas por viajar, por viver novos momentos e, com isso, nós hoteleiros temos que saber como entregar esta experiência. Ser melhor, servir melhor, porque o público está aí esperando por excelência de serviços.
HN: Como o estado tem agido no sentido de fomentar a volta do turismo de negócios?
RM: Nós temos tido muitas conversas com o secretário de Turismo do estado e do município de Fortaleza. Na questão do turismo de negócios, já voltamos a poder promover eventos, com a realização de dois no segmento de turismo em outubro e iremos fazer um congresso médico para 3 mil participantes agora em novembro. São eventos teste neste novo panorama de retomada do segmento corporativo. Nossas expectativas são de que as flexibilizações ocorram a cada 15 dias, de acordo com análise prévia do cenário da pandemia.
Hoje, nós temos um dos mais modernos centros de eventos do Brasil e somos um hub aéreo muito forte com a Gol, Air France e KLM, cujos voos estão retornando de forma gradual. Além disso, nossa localização geográfica e estrutura hoteleira me permitem afirmar que temos todas as ferramentas para começarmos novamente a fomentar o turismo corporativo e de eventos.
Acredito que as reuniões em alguns setores do corporativo devem diminuir, devido às ferramentas de encontros online, cuja utilização teve crescimento significativo durante a pandemia, mas ainda assim estamos bastante otimistas, porque as pessoas precisam se olhar nos olhos e às vezes a reunião virtual é muito fria. Queremos retomar o caminho que vínhamos trilhando antes da pandemia, período em que estávamos em ótimo ritmo. Inclusive, já temos eventos previstos para 2022, ano em que já prevemos a recuperação total do setor.
(*) Crédito da foto: Divulgação/ABIH-CE