Espanhola de Madrid, mas uma sul-americana de coração – e com um carinho especial pelo Brasil, pela bossa nova e pela literatura brasileira. Agora, sobretudo, uma grande especialista sobre a hotelaria da região. Atualmente residindo em Bogotá, Patricia Boo já leva 15 anos longe de casa, com passagens por Londres e São Paulo antes de chegar à capital colombiana. Hoje, é area director da STR e responsável pela expansão da companhia na América Latina.

“Com o MBA que cursei, fiquei um ano e meio sem ler por lazer, mas gosto de livros de suspense e história. Agora, estou lendo Pátria, de Fernando Aramburu, uma novela sobre a história do País Basco e do ETA. Faz tempo que não leio nada em português, mas, como curiosidade, os livros do Paulo Coelho me ajudaram muito a praticar o idioma e a aprender o vocabulário”, comenta Patricia, que aproveitou a pandemia para desenvolver novas habilidades.

“Na Colômbia, comecei um novo hobby: o vôlei de praia”, diz a executiva, que jogou tênis boa parte da vida. “Sei que pode parecer engraçado, afinal não há praia em Bogotá, mas agora é meu principal esporte. Treino quatro horas na semana, além da academia”, acrescenta Patricia, destacando ainda outra paixão. “Gosto muito de mergulhar, mas, desde que começou a pandemia, não tenho feito. Inclusive, tirei minha certificação no Brasil”, relembra.

Convidada pelo Hotelier News na sessão de hoje (18), Patricia conversou com a reportagem sobre as perspectivas para a hotelaria sul-americana em 2021. Além disso, falou sobre a HDC (Hotel Data Conference), organizado pela STR e que será realizado no dia 25 de março. O Hotelier News, por sinal, é media sponsor oficial do encontro e fará cobertura completa da programação. Aliás, sobre a HDC, em breve traremos mais novidades.

Três perguntas para: Patricia Boo

Hotelier News: O Hotel Data Conference vai muito além dos dados, trazendo insights importantes para o setor. O que mais o evento apresentará ao público?

Patricia Boo: A Hotel Data Conference, originalmente realizada apenas nos EUA, existe desde 2009, cresceu e se tornou a principal reunião da comunidade de dados de hotéis no mundo. A HDC é única porque é sustentada pelo banco de dados de desempenho da STR. Apresenta conteúdos de fácil aplicação e inéditos, todos projetados para orientar na tomada de decisão de executivos, proprietários, desenvolvedores, operadores, especialistas em RM (Revenue Management), analistas de preços e gestores de destino.

Nossos participantes terão acesso a painéis apresentados por especialistas da STR e um líder do setor de cada região, que sairá do roteiro e falará abertamente sobre desafios e oportunidades únicos enfrentados por suas regiões. Os participantes também terão acesso a um menu completo de conteúdo sob demanda e horas de sessões de desempenho de hotéis regionais, atualizações econômicas e insights de previsões. São informações importantes de que partes interessadas da indústria precisarão para construir seu manual de recuperação para 2021 e os próximos anos. A HDC é a análise mais abrangente de tendências e dados globais de desempenho de propriedades hoteleiras já combinados em uma agenda de conferência.

HN: A região da América do Sul e Caribe terá quatro painéis específicos na Hotel Data Conference. Pode adiantar alguma coisa para nós sobre eles?

PB: Durante os painéis específicos da América Central e do Sul, forneceremos uma visão geral dos padrões de demanda em diferentes mercados e, também, como a falta de eventos está afetando a lucratividade. Também daremos uma olhada no comportamento de preços. Além das sessões ao vivo, teremos duas gravações disponíveis para Lima, que foram discutidas durante a maioria dos meus webinars devido à incomum “alta” de ocupação que o mercado manteve durante a pandemia, assim como Bogotá, onde combinaremos um análise de dados históricos com dados prospectivos e expectativas para o resto do ano. Meus colegas da América do Norte cobrirão o México e o Caribe, regiões onde os destinos de lazer apresentam desempenho superior à medida que as restrições são amenizadas.

HN: Por fim, o que os dados podem nos dizer sobre 2021? Teremos novamente um ano perdido? Existe algum segmento que pode se sair melhor?

PB: Bem, isso realmente varia de acordo com o mercado. Não diria que será um ano perdido, mas a demanda levará algum tempo para se recuperar, especialmente para as regiões dependentes de fontes de demanda internacionais. Dito isto, houve algumas surpresas em termos de tarifas. Abordaremos quais mercados estão apresentando crescimento, incluindo o Brasil. Esperamos que o segmento corporativo continue apresentando performance inferior em relação aos destinos de lazer em 2021. Isso está relacionado ao setor de eventos, embora encontros sociais já estejam voltando, com restrições de capacidade na maioria dos casos, antes corporativos, que serão limitados na maioria dos casos a modelos híbridos ou virtuais.

(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal