A pandemia trouxe muitos desafios, ensinamentos e oportunidades para os hoteleiros. No primeiro item, duas frentes relevantes se abriram à medida que o vírus se espalhava: falta de demanda (e problemas decorrentes disso) e caixa sob pressão. No auge da crise, boa gestão financeira não bastava, visto que, sem clientes (ou com um número muito reduzido deles), dificilmente a conta fechava. A busca por dinheiro novo para oxigenar a operação, portanto, passou a ser o objetivo de 11 entre 10 hoteleiros, como abordamos em uma live no ano passado. A criação do Pronampe certamente foi um alívio, mas a busca por capital ainda não cessou no mercado. Convidada na sessão de hoje (29) pelo Hotelier News, Maria Teresa Fornea pode falar sobre o assunto com bastante propriedade.

Vice-presidente de Home Equity da Creditas, Tete, como é carinhosamente conhecida, cuida da área de crédito com garantia de imóvel para pessoas físicas. Essa modalidade, inclusive, pode ser acessada por empreendimentos hoteleiros. Foi por meio dela, por exemplo, que sua empresa fechou parceria com a OYO Brasil. “Como a categoria conta com um bem do proprietário em garantia, há a possibilidade de oferecer juros menores e mais tempo para pagar”, explica a executiva, que presidiu e fundou a Bcredi, comprada pela Creditas este ano.

Casada e mãe de Fred, Tete usa seu tempo livre para pintar aquarelas. Gosta ainda de ouvir rhythm and blues e soul, além de ler livros de história, romances e de cultura organizacional. “Em momentos de incerteza econômica, é muito importante que os empreendedores possam contar com alternativas viáveis para sair de dívidas caras, reforçar seu fluxo de caixa ou mesmo investir no negócio, como readaptar o uso de parte do hotel, por exemplo. O crédito com garantia possibilita obter um empréstimo com juros mais baixos e melhores condições de pagamento”, avalia.

Três perguntas para: Maria Teresa Fornea

Hotelier News: Ao longo da pandemia, a demanda por crédito deve ter crescido bastante. Hoje, a procura é ainda maior do que no ano passado, por exemplo? Pode nos explicar o quão relevante tem sido essa procura na Creditas?

Maria Teresa Fornea: A Creditas vem constatando que a demanda por crédito com garantia de imóvel tem aumentado significativamente nos últimos meses. Se compararmos os números de março de 2020 com os do mesmo mês de 2021, as solicitações de empréstimo com home equity aumentaram 51%. As motivações mais frequentes para solicitar esse tipo de crédito são, pela ordem, quitar dívidas existentes e investir no próprio negócio.

HN: A hotelaria tem sido um dos setores mais impactados pela crise econômica decorrente da pandemia. Neste cenário, crédito tem sido uma questão estratégica para hotéis na luta pela sobrevivência. Como a Creditas pode ajudar o setor?

MTF: Em momentos de incerteza econômica, é muito importante que os empreendedores possam contar com alternativas viáveis para sair de dívidas caras, reforçar seu fluxo de caixa ou mesmo investir no negócio, como readaptar o uso de parte do hotel, por exemplo. O crédito com garantia possibilita obter um empréstimo com juros mais baixos e melhores condições de pagamento. Como o próprio nome diz, essa modalidade utiliza um bem como garantia de pagamento do empréstimo. Normalmente, essa propriedade costuma ser um carro ou um imóvel, o que faz com que os juros e parcelas do empréstimo fiquem muito mais em conta. Isso acontece porque, ao colocar o bem como garantia, aumenta a confiança da instituição financeira contratada, pois demonstra que a pessoa tem todo o interesse em honrar o pagamento. No comparativo, a diferença entre as taxas de juros aplicadas ao ano em relação aos tipos tradicionais de crédito, como o empréstimo pessoal, é expressiva. Segundo o BC (Banco Central), o patamar médio está em 107,7% para crédito pessoal. Na Creditas, por exemplo, o crédito com garantia de imóvel tem taxa de juros de a partir de 0,85% ao mês e até 240 meses para pagar.

HN: Uma das maiores reclamações dos hoteleiros é que, em busca de boas condições, eles esbarram na falta de garantias. Como o Creditas pode ajudar neste sentido?

MTF: Como a categoria conta com um bem do proprietário em garantia, há a possibilidade de oferecer juros menores e mais tempo para pagar. Além disso, a Creditas tem um segmento que olha para operações customizadas, com tickets de R$ 3 milhões a R$ 10 milhões, ideal para readequação do fluxo de caixa dos hotéis. Ao optar por essa modalidade, o hoteleiro consegue gerar uma injeção de capital com prazo de 20 anos para pagamento, sendo uma alternativa viável para retomada da crise.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Creditas