Grande facilitadora da retomada, a tecnologia ganha novas proporções em tempos de crise. De processos de automatização a eventos híbridos, novas tendências crescem em meio a essa fase de adaptação à pandemia. Acompanhando de perto todo esse processo, Marcelo Picka analisa o momento em conversa para a sessão Três pergunta para de hoje (28).

Picka iniciou sua carreira na BSH International como consultor e asset manager de hotéis. Atuou como professor de desenvolvimento de projetos hoteleiros em diversas faculdades, incluindo o Centro Universitário Senac. Em 2005, assumiu a coordenação da área de hotelaria do Senac São Paulo.

No mesmo ano, esse paulista natural de Rio Claro recebeu o desafio de reposicionar os hotéis-escola do Senac. Fã de basquete, o profissional está atualmente à frente do Grande Hotel São Pedro e do Grande Hotel Campos do Jordão. As duas unidades são grandes escolas formadoras de profissionais para a hotelaria

Picka se diz também um apaixonado por vinhos e gastronomia. O interesse é tamanho que empreende na área desde 2003, quando fundou seu primeiro restaurante. E não é só isso: participou também da abertura de outros dois estabelecimentos, além de um food truck. Leia abaixo a íntegra do seu bate-papo com o Hotelier News.

Três perguntas para: Marcelo Picka

Hotelier News: Uma das grandes tendências na pandemia são os eventos híbridos. Como o mercado tem absorvido essa demanda?

Marcelo Picka: Embora não usuais, esses eventos já aconteciam antes da pandemia. Depois do primeiro grande impacto, em meados de março, muitas empresas aderiram ao formato híbrido para adaptar-se à realidade financeira. Em geral, os hotéis estavam preparados para esse tipo de operação ou se adaptaram rapidamente, sejam nos requisitos físicos ou tecnológicos. No entanto, a procura tem sido menor em comparação com o que se tinha antes no segmento. No caso dos nossos hotéis, a demanda de lazer supre completamente a lacuna deixada pelos eventos cancelados.

HN: Quando deve começar a retomada dos eventos? O que esperar e como se preparar?

MP: Eventos precisam ser planejados e organizados com antecedência. Por isso, acredito que o início da retomada, mesmo tímido, seja já no primeiro semestre de 2021. Já para o segundo creio em recuperação total. Muitos eventos represados voltarão com força, mesmo considerando que algumas empresas terão novas realidades e estruturas. Para os hotéis, resta manter a estrutura e capacitar as equipes quando esse o volume de trabalho voltar. Além disso, quem não está preparado para atender a eventos híbridos, precisa correr. Não dá para ficar de fora da disputa por essa fatia de mercado.

HN: Outro ponto que tem se desenvolvido durante a pandemia é a tecnologia. Quais recursos ganham força com o novo normal? O que veio para ficar?

MP: Esta aí algo presente antes da pandemia, mas que ganhou importância crucial em vários setores agora. O Covid-19, de certa maneira, provocou uma aceleração do uso dos dispositivos tecnológicos na jornada dos hóspedes dentro dos hotéis. Acredito que a maioria veio para ficar, pois facilita em muito a vida dos clientes e dos hotéis. Entre eles, cabe citar o check-in e check-out remotos, cardápios digitais, celular para fazer pedidos e abertura de portas.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Senac-SP