Natural de São Paulo, Marcel Bicca é quase, literalmente, casado com a hotelaria. Com muitos anos de atuação no setor e passagem por companhias também do turismo em geral, o executivo conheceu sua esposa (que é hoteleira) e é pai de Rafael (11) e Felipe (6).

Mesmo inserido totalmente no universo da hotelaria, Bicca aproveita o tempo livre com os filhos, jogando vídeo game ou o eterno futebol de botão. Além disso, ele também aproveita para fazer churrascos e reunir a família em sua casa.

Desde o início do ano na Xtay, Bicca contou recentemente à reportagem do Hotelier News sobre os desafios e funções no novo trabalho. Agora, em participação à sessão Três Perguntas, ele especificou sua visão sobre o mercado de residencial com serviços. Confira, abaixo:

Três perguntas para: Marcel Bicca

Hotelier News: O mercado de residenciais com serviços brasileiro ainda está em crescimento. Quais as perspectivas? Esse ritmo deve ser normalizado após a pandemia? E depois disso, como fica este modelo? A tendência é o mercado enxugar? Conte sua visão sobre isso.

Marcel Bicca: A pandemia mudou completamente a forma como a sociedade se comporta quando o assunto é opções de hospedagem. E acredito que essa mudança veio para ficar. O fato de as pessoas poderem escolher entre trabalhar in loco ou em home office, trouxe novas possibilidades, dentre elas escolher morar por um tempo em um determinado local ou cidade ou até país.

Hoje, temos na Xtay, opções de hospedagem em short ou long stay e observamos que outros players do mercado também estão de olha nesta nova demanda. O Short Trem Rental não irá acabar com a hotelaria tradicional, eles são complementares e de acordo com necessidade do hospede naquele momento.

HN: A Xtay possui um direcionamento mais corporativo nos empreendimentos. Sendo assim, como a proptech espera que seja após a normalização? Como captar o hóspede de negócios que está voltando a viajar?

MB: Entendemos que a pandemia alterou a forma como as empresas lidam com as viagens de negócios. Foi percebido que muitas delas poderiam ser resolvidas com breves reuniões virtuais, porém, há uma ânsia do mercado e das pessoas pelos eventos corporativos e o dia a dia dos escritórios. Talvez não seja correto afirmar que haverá uma redução nessas viagens, mas sim uma adaptação para otimização de tempo e recursos. E nós, como uma empresa atenta ao mercado e com agilidade em processos e decisões, já estamos nos adaptando para atendê-los.

Prova disso é o nosso sistema digital que garante agilidade e segurança de ponta a ponta. Quando um cliente faz a reserva pelo site ou mesmo pelo app ou qualquer agência online de viagens integrada ao sistema, a cobrança é realizada de forma automática e as instruções de check-in são encaminhadas por e-mail ou via app. A partir desse momento, a chave digital é gerada e o hóspede já pode ingressar no imóvel utilizando o app ou senha. Essas inovações chegam com o novo mercado e visa captar esses hóspedes de forma que eles possam ter o mínimo de contato e maior autonomia na tomada de decisões.

HN: O que o short-term rental, principalmente no Brasil, pode aprender com a hotelaria tradicional? Qual a relação entre os modelos de hospedagem? São mais concorrentes ou existe “parceria”? Por quê?

MB: Temos como referência da hotelaria tradicional na Xtay a padronização do imóvel com excelência no design e conforto dentro de uma proposta mais intimista com liberdade e espaço para hospedagem. Além, é claro, de toda a segurança 100% digital que a tecnologia oferece nas acomodações. A relação entre os modelos de hospedagem são os serviços agregados, no nosso modelo esses serviços em sua maioria acabam sendo pay per use. Como uma proptech do setor de hospedagem, enxergamos muitas dessas empresas como players do mercado e não como concorrentes, cada um tem seus diferencias e pontos a aprender e a desenvolver entre si.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Xtay