Gaúcha de Caxias do Sul, Karen Stank, como uma boa hoteleira, leva uma vida nômade. Gerente geral do Radisson Blu São Paulo, a profissional já morou em diferentes cidades como Curitiba, Maceió, Foz do Iguaçu e Belém. “Não tenho medo de mudanças e adoro desafios”, comenta.

Tantos movimentos estão alinhados a uma de suas maiores paixões: viajar. Roqueira de carteirinha, mãe de gato e amante de vinhos, Karen é também uma leitora voraz, mas afirma que não possui preferência por nenhum gênero específico.

À frente do empreendimento paulista, a gerente explica que as duas ondas de contágio da pandemia foram desafiadoras de maneiras diferentes e garante que as expectativas para a retomada são as melhores possíveis. “Nossas expectativas são muito positivas. Já estamos sentindo sinais de recuperação, inclusive maio e junho nos surpreenderam”, revela.

Abaixo, você confere a entrevista na íntegra.

Três perguntas para: Karen Stank

Hotelier News: Pensando na estratégia comercial e de distribuição, estar bem posicionado no maior número de prateleiras é a melhor opção? Ou as vendas diretas são a bola da vez?

Karen Stank: As vendas diretas estão em foco hoje em dia para o público de lazer. Tivemos um aumento consistente nas reservas via site da Atlantica e Radisson e, principalmente, por meio das mídias sociais, onde nosso investimento está focado. Porém, com a baixa demanda em São Paulo, é muito importante estarmos em todas as prateleiras já que precisamos estar preparados para atingir todos os segmentos. Para isto, criamos pacotes especiais, como apartamentos diferenciados e um atendimento personalizado em qualquer hospedagem. Mas, nem sempre conseguimos atingir todos os públicos através de nossos canais. Com o apoio de nossos parceiros de distribuição, temos uma abrangência de vendas muito maior do que poderíamos ter utilizando apenas nossos recursos. O mais importante é acertarmos o mix entre vendas diretas e canais, sempre pensando em maximizar a ocupação, mas sem menosprezar a diária média.

HN: Quais as perspectivas para o hotel, agora que os primeiros sinais de recuperação da demanda começam a surgir?

KS: Nossas expectativas são muito positivas. Já estamos sentindo sinais de recuperação, inclusive maio e junho nos surpreenderam. As pessoas perceberam que os hotéis são lugares seguros no combate a Covid-19, pois, desde o início, nosso segmento tem se empenhado em entender e colocar em prática os mais variados protocolos de prevenção à doença. Os hotéis de marca Radisson, administrados no Brasil pela Atlantica Hotels, passam por duas auditorias, através das quais fomos certificados em ambas: pelo Bureau Veritas com a Atlantica, no Brasil e pela SGS apoiando o Radisson, nas Américas. Estamos tranquilos porque nossos protocolos funcionam e estamos passando essa segurança aos nossos clientes. Agora, com o aumento da vacinação no Brasil, estamos avançando rumo à retomada das viagens corporativas, principalmente, com o retorno de eventos no segundo semestre. O segmento de lazer também melhorará significativamente, pois as pessoas estão sentindo a necessidade de viajar depois de mais de um ano em casa e São Paulo é um dos centros culturais mais importantes do mundo. Acreditamos que nossa performance melhorará em 60% se comparado a 2020.

HN: O que foi mais desafiador: a primeira ou a segunda onda? Por que?

KS: As duas foram desafiadoras de formas diferentes. A primeira por ser algo que não conhecíamos, não tínhamos perspectiva do que viria pela frente. De um dia para outro, o hotel ficou praticamente vazio e precisávamos tentar entender o que estava acontecendo ao mesmo tempo em que nos reinventávamos. Fizemos uma reestruturação na forma de trabalhar, tanto operacional, quanto comercial e financeiramente.

A segunda onda foi mais cansativa. Estávamos preparados para a retomada quando o número de casos aumentou drasticamente e entramos em bandeira vermelha novamente. Estávamos trabalhando na “emergência” fazia um ano e com a segunda onda, já não sabíamos mais quanto tempo duraria; o cansaço das equipes já era grande e a maior dificuldade era motivá-las a continuar dando o máximo sem termos expectativa de quando tudo isso terminaria. Além, obviamente, do nosso caixa estar utilizando as últimas reservas de valores.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Radisson Blu São Paulo