Praticante de yoga e apaixonado por viagens, Jarves Rockenbach é natural de Venâncio Aires (RS), mas cresceu em Santa Cruz do Sul. Atualmente morando na capital paulista, o gerente geral do Pullman São Paulo Ibirapuera é engenheiro agrônomo de formação, mas foi picado pelo bichinho da hotelaria.

Para se consolidar no setor, Rockenbach estudou Administração Hoteleira na FGV (Fundação Getulio Vargas), quando ingressou no antigo Caesar Park, no Rio de Janeiro, onde começou a se desenvolver profissionalmente.

“Comecei como recepcionista, depois eu fui chefe de turno, chefe de Recepção, gerente de Recepção, gerente de Hospedagem até chegar a gerente geral interino”, relembra o executivo. “Desde então, só trabalho em hotéis muito grandes”, acrescenta.

Promovido a gerente geral, Rockenbach veio para São Paulo para trabalhar no atual Pullman Guarulhos, que naquela época operava como dois empreendimentos — Caesar Park e Caesar Business.

“Em seguida, trabalhei na Avenida Paulista, no Caesar Business Paulista. Em 2011, a Accor assumiu a carteira dos hotéis Caesar. Então, fui para o Novotel Jaraguá, um hotel icônico no centro da cidade, um desafio enorme”, conta. “Voltei para Guarulhos já como Pullman e a Accor entendeu que eu tinha um perfil de luxury. A minha passagem lá foi muito rápida. Houve essa oportunidade no Pullman São Paulo Ibirapuera, onde estou há quase cinco anos”.

Três perguntas para: Jarves Rockenbach

Hotelier News: O Pullman Ibirapuera promoveu algumas mudanças em seu quadro gerencial, com movimentações em departamentos estratégicos para a operação. O que motivou tais alterações? Quais as expectativas de impacto da receita?

Jarves Rockenbach: Essa movimentação foi muito natural. Eu tinha um comitê executivo muito maduro. Naturalmente, com esse momento da pandemia, algumas pessoas foram desligadas e existe uma certa necessidade de recursos humanos hoje em hotelaria. Por isso, a maioria dos meus gerentes se movimentou.

O gerente de A&B (Alimentos & Bebidas) foi promovido a gerente operacional do Pullman Guarulhos. Meu gerente de Marketing foi para a equipe de ALL (Accor Live Limitless), na Accor. Meu gerente operacional assumiu uma posição de gerente geral em outra unidade. Como era um comitê executivo muito sólido e maduro, eles estavam preparados para outras posições.

Neste momento, do meio para o final da pandemia, a movimentação aconteceu aqui também. Todos estavam preparados. Foi uma necessidade, tanto da Accor quanto do próprio colaborador. A&B, por exemplo, é um pilar importantíssimo na marca Pullman. Neste hotel, a parte de alimentação é muito forte.

Então, agora estamos com um novo gerente para este departamento. Já é o terceiro mês que o hotel apresenta resultados excelentes e a parte de restaurantes já ultrapassou as receitas que tínhamos antes da pandemia, em 2019. Agora, é fundamental ter essas posições chaves estratégicas para que possamos ofertar novos produtos.

No luxury é fundamental você ter um serviço personalizado. Hoje, as pessoas não viajam só para trabalhar ou só a lazer, então eu preciso ter iniciativas marcantes dentro do hotel. Para o cliente tomar um drink, usar a varanda, a área externa. Temos DJs durante a semana, etc. Tudo isso para trazer novas experiências. A expectativa é retomar a receita e todo o movimento de antes da pandemia. E, para isso, precisamos trazer novidades e as pessoas adequadas para cada posição.

HN: Antes da pandemia, o hotel tinha o wellness como um de seus pontos fortes, com programações constantes voltadas para o bem-estar. Essas iniciativas continuam? De que forma o empreendimento busca trabalhar o segmento como um catalisador de faturamento neste momento de retomada?

JR: Estamos trabalhando muito forte um pilar da marca Pullman que é o Power fitness. Estamos muito focados nessa questão. Nossos hóspedes são internacionais e de alta performance, que equilibram o wellness ou com Power fitness ou com algum exercício físico, tudo em busca do bem-estar.

Nós temos o spa também, com uma gama de tratamentos, massagens, além de uma academia muito bacana. E todas nossas ações de food and beverage estão também ligadas a isso. Existe no menu pratos veganos e vegetarianos, com uma gama de ofertas e produtos voltadas para esse público.

O hotel nunca fechou porque nós atendemos as companhias aéreas. Foi uma decisão com um impacto muito forte, pois o segmento de grupos e o corporativo praticamente acabou no período mais crítico da pandemia, retomado por um público que vem a trabalho e lazer.

Retomamos com número de colaboradores e de contratações, tudo visando trazer um serviço bacana, reconhecido da nossa marca e do hotel, aliado a experiências para os clientes quando eles estiverem aqui.

HN: Após dois anos de pandemia, qual o balanço do Pullman Ibirapuera? Como o empreendimento se comportou diante da crise e qual momento o hotel vive atualmente?

JR: Somos um hotel bussiness numa cidade como São Paulo. Infelizmente, esse segmento corporativo, de grupos e eventos, praticamente zerou na pandemia. As companhias aéreas também diminuíram a demanda. Felizmente, hoje o hotel já vive numa retomada com resultados muito bons. Praticamente com uma média de 85% do que atingíamos em 2019. Nossa ocupação já retomou, companhias aéreas retornaram e os eventos estão voltando com mais força. Já percebemos esse resultado positivo nos últimos três meses.

Visualizamos um segundo semestre muito bom e vivemos um momento muito positivo. São Paulo está movimentada e as pessoas querem consumir, querem ir para hotel e shows, querendo contato. Todos os eventos têm sempre muita adesão: celebração, jantares, almoço, happy hours, porque as pessoas têm essa necessidade.

Isso tem sido muito positivo para o nosso segmento de hospitalidade, pois o cliente acaba vindo para trabalhar, mas fica hospedado também no final de semana para curtir a cidade de São Paulo e aproveitar o hotel. Temos percebido esse segmento doméstico misturando o trabalho e o lazer. E já estamos preparados para essa retomada. É um momento muito otimista que vivemos aqui.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Accor