Nas horas vagas, Helen Coelho gosta de passear de bicicleta no Parque da Cidade, um de seus lugares favoritos em Brasília, com o marido e os dois filhos, Rebeca e Nicolas.

Graduada em Direito pelo UDF Centro Universitário, possui MBA em Economia e Gestão Empresarial pelo Centro Universitário Senac, além de ser especializada em coaching.

Helen Coelho atua como gerente geral do Windsor Brasília e este ano completa 23 anos de carreira na hotelaria, com passagens por diferentes empresas, como Blue Tree Hotels, onde atuou por um ano.

Hoje (15), o Hotelier News recebeu a profissional, que falou sobre as perspectivas para a retomada do setor hoteleiro na capital federal.

Três perguntas para: Helen Coelho

Hotelier News: Como a hotelaria de Brasília tem se comportado? A demanda corporativa está voltando aos poucos? Ainda falta muito? Quais as principais regiões emissoras de hóspedes?

Helen Coelho: Sim, a demanda está voltando. Não se trata só de um sentimento, a retomada é real, com números que reforçam a nossa impressão. Comparando dados de 2020 aos de 2021, percebemos que, em julho do ano passado, o setor falava em ocupação média de 15% e, este ano, no mesmo período, aqui no Windsor fechamos com uma taxa muito superior. Em agosto, tivemos novamente motivos para comemorar. A demanda corporativa está voltando aos poucos, porque o momento ainda exige cautela. Os assuntos hoje em discussão em Brasília, nas áreas política e jurídica, têm colaborado para atrair mais pessoas à capital. Percebemos uma recuperação gradual e estamos otimistas.

Outro ponto positivo foi a mudança no perfil de ocupação. Brasília – que sempre foi considerada uma cidade voltada prioritariamente ao segmento corporativo – passou a receber com maior força o turista regional em busca de lazer. Pessoas de lugares vizinhos e mesmo moradores locais, querendo fugir da rotina de isolamento em casa, espairecer em família. Foi uma herança positiva que deve se manter.

Temos que falar também dos eventos esportivos, que ocorreram mesmo durante o período de pandemia. Grandes campeonatos no nosso Estádio Mané Garrincha ajudaram a trazer visitantes e grandes delegações à cidade. A Copa América foi um exemplo. Tudo isso resultou em altos índices de ocupação.

Quanto às regiões emissoras de hóspedes, é difícil determinar em relação ao segmento corporativo. Por conta da centralidade e da importância de Brasília para o país, chegam à cidade pessoas de todo Brasil. Mas, quando falamos de lazer, fica mais fácil. Prevalece o perfil regional. As regiões emissoras são, principalmente, as vizinhas, como Goiânia, cidades de Mato Grosso do Sul, de Minas Gerais e de alguns lugares da Bahia.

HN: Com o avanço da vacinação e as flexibilizações, o que se espera para o segundo semestre? O que baliza essa resposta?

HC: Desde julho, percebemos uma retomada, um aumento nos pedidos de cotação para eventos. Por isso, estamos bem mais otimistas em relação ao segundo semestre. Voltamos a ter ocupação acima de 40%. A maior flexibilização da ocupação de salas de eventos, mesmo que gradual, já apresenta bons resultados e abre maiores possibilidades de se realizar eventos de peso. Faz muita diferença para um hotel como o nosso, que dispõe de um centro de convenções, a capacidade de público permitida. Por enquanto, só 50% foram liberados. E, mesmo com as restrições, já estamos recebendo contatos, eventos já vêm acontecendo com maior frequência. O cliente tem nos procurado para fazer cotações, inclusive grupos de hospedagem.

O momento político, de fortes e acalorados debates, têm trazido integrantes de partidos políticos à cidade. Vale lembrar que, ano que vem, será ano eleitoral, o que também contribuirá para que as pessoas venham mais a Brasília.

Importante destacar o investimento que a Rede Windsor fez – e ainda faz – para manter todos os protocolos de segurança sanitária em suas unidades. Cuidamos com rigor da saúde de nossos hóspedes e também de nossos prestadores de serviços.

HN: O turismo local foi importante durante o período da pandemia? Qual o tamanho dessa participação nos resultados do hotel? No pós-pandemia isso pode se manter? Por quê?

HC: O turismo local foi, sim, extremamente importante. Foi responsável por 80% da ocupação do hotel no período de pandemia. Um fenômeno inédito! Não era comum, não fazia parte da nossa cultura, as pessoas daqui se hospedarem em hotéis como forma de lazer, não havia esse costume. Para nós, foi uma grata surpresa os moradores se hospedarem em nossos hotéis.

Como eu disse antes, somos otimistas e achamos que a nova tendência vai prosseguir. As pessoas não utilizavam também títulos de clubes de férias em Brasília – Montreal, RDC, CVC etc. -, o que foi uma surpresa também. Realmente acreditamos que o turismo local se manterá, até porque a retomada de viagens vai se dar de forma gradual, de forma cuidadosa.

As pessoas vão continuar buscando lazer mais próximo às próprias cidades, para evitar grandes deslocamentos. Os nossos hotéis tentam apresentar benefícios ao turismo local. No Windsor Plaza Brasília, aos sábados, temos a feijoada, super tradicional, animada, de bom gosto e com diversidade. O restaurante do nosso hotel também tem sido desfrutado pelo morador, com tarifas mais atrativas, investimento na área de lazer, na piscina aquecida, entre outras coisas.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Windsor Hotéis