A experiência em grandes empresas pode ser uma das causas para a rápida ascensão profissional de Gustavo Vedovato. Em dois anos e nove meses de atuação na Kayak, o executivo ocupou três cargos e, atualmente, é o country manager do metabuscador do Booking Holdings no Brasil.

Apaixonado por maratonas e por pedalar, Vedovato é torcedor do Green Bay Packers, da NFL (Liga Nacional de Futebol Americano) e aproveita o tempo livre com a namorada Virgínia e seu bulldog francês Barthô. Seus passatempos preferidos são assistir e praticar esportes.

Por fim, o participante de hoje (15) da seção Três perguntas para acumula passagens por Itaú Unibanco, IBM, Positivo Informática e Baidu.

Três perguntas para: Gustavo Vedovato

Hotelier News: Você acredita que o turismo interno deve se consolidar, passado o impacto negativo da pandemia no Brasil? Se sim, qual segmento pode ser destaque? Se não, por quê?

Gustavo Vedovato: O turismo nacional sempre foi uma grande força na indústria brasileira. Agora, com as restrições de fronteira e de entrada em diversos países (o último levantamento mostra que 116 países no mundo estão com severas restrições para a entrada de brasileiros, você pode conferir no Mapa de Restrições do Kayak), bem como a grande oscilação cambial, fica ainda mais visível a procura por destinos nacionais. Acreditamos que um dos motivos para isso seja facilidade de acesso, possibilidade de uso de automóvel próprio ou alugado, menos restrições na jornada, aumento da segurança sanitária adotada pela rede hoteleira brasileira e também pelo perfil do viajante, que procura por viagens em família, locais acessíveis para trabalho remoto, viagens curtas e para destinos na natureza, evitando assim aglomerações. Teremos um longo caminho de recuperação pela frente, mas acreditamos que o turismo doméstico será o primeiro a participar da retomada do setor, com base em dados de buscas e pesquisas analisadas em nossa plataforma.

HN: Destinos brasileiros com menores quedas na procura por voos estão localizados, em sua maioria, no Norte e Nordeste. Para o futuro, por mais imprevisível que seja, quais regiões do país devem puxar a retomada do setor turístico, na sua visão?

GV: Destinos de praia estão sempre entre os mais buscados pelos brasileiros. Hotéis em Recife, Fortaleza, Salvador, Maceió, Natal, Porto Seguro e João Pessoa estavam entre os mais pesquisados pelos brasileiros em janeiro e fevereiro deste ano no KAYAK. Dados da Travel Consul*, em pesquisa feita este ano e no ano passado com empresários do setor de turismo em 20 mercados globais, inclusive o Brasil, apontam que certificações de saúde são importantes para os viajantes, e isso pode gerar maior interesse da parte deles por cidades, estados, países e até mesmo hotéis e atrações que seguem esses protocolos de maneira eficiente. Assim, acredito que sairão na frente aqueles que puderem demonstrar isso da melhor maneira.

HN: Quais os caminhos enxergados pela Kayak para a hotelaria superar a crise durante e no pós-pandemia? A empresa pretende fazer outras ações de fomento ao segmento? De qual tipo?

GV: O Kayak já viu um aumento de 35% no número de pesquisas por acomodação na América Latina em janeiro de 2021, em comparação com outubro a dezembro de 2020. Nossa ação anual de oferecer a nossos clientes ofertas em hotelaria, durante a Hotel Week, em fevereiro, já mostrou que apoiaremos nossos parceiros no aquecimento do mercado. Para superação da crise, a aposta na responsabilidade social deverá ser constante e cada vez ser mais parte do dia a dia no setor. Segurança do hóspede e da equipe de colaboradores e medidas sanitárias atualizadas caminham juntas para que o cliente se sinta confortável em fazer a escolha de sair de sua casa e se hospedar em um estabelecimento. A cada fortalecimento desta confiança, estamos um passo mais próximo da esperada superação da crise.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Kayak