Gerson Honório da Silva tem 47 anos e gosta de música de diversos gêneros, indo do gospel ao rock clássico, passando por flashbacks dos anos 70 e 80. Nas horas vagas, gosta de passar o tempo com a família, ler e ir à igreja. O profissional deixa como indicações de leitura os livros Sonho Grande, de Cristiane Correia; e Sonhe Alto, de Bem Carson e Cecil Murphey. Na literatura religiosa, indica o título A Caminho da Luz, psicografado pelo médium Chico Xavier e com autoria de Emmanuel.

Honório é formado em Administração de Empresas pelo Centro Europeu, possui pós-graduação em Administração Econômica pela Unioeste, além de também ter estudado Gestão de Qualidade, Administração e Negócios pela Unicesumar. Atualmente, atua como presidente da ABIH-MT (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Mato Grosso), gerente geral do Deville Prime Cuiabá e diretor da pasta de hotéis do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Mato Grosso. Por fim, também ocupa cadeiras nos conselhos de turismo do estado e de Cuiabá.

Hoje (17), o Hotelier News recebe o gestor em mais uma sessão do Três Perguntas, para falar a respeito das ações e estratégias da ABIH-MT neste processo de retomada dos setores de turismo e hotelaria.

Três perguntas para: Gerson Honório

Hotelier News: Atualmente, como está a ocupação hoteleira no Mato Grosso? Há sinais evidentes de retomada ou o processo tem sofrido impactos significativos com a recente alta de casos de Covid-19?

Gerson Honório: A hotelaria de Mato Grosso está mês a mês apresentando crescimento e retomada, inicialmente da atuação corporativa, e por fim da participação de eventos técnicos e empresariais em geral. Em 2021 houve desde a Copa América até torneios esportivos que movimentaram o mercado, como a Série A do Campeonato Brasileiro e competições de boxe, automobilismo e voleibol. Dezembro de 2021 apresentou uma ocupação histórica para o setor hoteleiro, ficando a categoria econômica em 59%, e midscale e upscale em 61,20% nos hotéis associados. O grande desafio do segmento no Mato Grosso é e será a recuperação de diária média, que historicamente é bastante afetada nas crises econômicas, o que ocorreu no mercado mato-grossense, assim como em outros estados. Já em janeiro, há grande preocupação com a retomada corporativa e eventos, pois já ocorrem cancelamentos de voos e rumores de restrições que possam ocorrer para a economia.

Normalmente, o estado possui um volume de turismo regional e interno maior que a demanda nacional ou internacional para o mês de janeiro, sendo assim menos afetado por problemas com a malha aérea. Contamos com aumento da demanda corporativa para a segunda quinzena de janeiro e, dessa forma, ainda não conseguimos mensurar com precisão o impacto do aumento de casos de Covid-19.

HN: Quais ações têm sido promovidas pela ABIH-MT para garantir boa ocupação nos hotéis do estado? Há estratégias conjuntas com outras entidades e órgãos?

GH: A entidade buscou se integrar com as demais ABIHs e, de forma mais direta, às do Centro Oeste, sugerindo aos demais presidentes fomentarmos o turismo regional, especialmente o rodoviário. Além disso, também temos estimulado a realização de eventos esportivos na região junto aos Conselhos Municipais de Turismo, Conventions Bureaus e Secretarias de Esporte, Lazer e Cultura, para que criemos uma agenda integrada de competições regionais.

A ABIH-MT, também compondo participação nos conselhos, vem buscando fomentar ações estaduais e municipais, trazendo os hoteleiros do interior a participar ativamente de iniciativas público-privadas para criarmos condições de viabilizar o aumento das atividades turísticas.

Além disso, temos buscado parcerias com órgãos como a Fecomércio através do CETUR, SEBRAE, Senac, ABRASEL, ABEOC, ABAV, e Sindicato de Hotéis Bares e Restaurantes do Mato Grosso, com o intuito de garantir investimentos das esferas estadual e municipal em infraestrutura e coordenação para uma aceleração na retomada do turismo. A integração com estas entidades também objetiva criar eventos no comércio e organizar a agenda para atração de público.

Está sendo realizada, no Mato Grosso, a construção de dois parques para desenvolvimento de eventos relacionados ao agribusiness, um autódromo Internacional, um mirante na rodovia para Chapada dos Guimarães, e o trabalho para a concessão ao manejo do Parque Nacional da chapada. Por fim, o estado também está construindo uma ferrovia estadual, que apesar de não ser classificada como equipamento turístico, trará impulso significativo para economia.

HN: 2022 é o ano da recuperação total da hotelaria mato-grossense ou ainda é cedo para afirmar isso?

GH: Penso que, em termos de ocupação, teremos sim a recuperação ao período pré-pandêmico, ou seja, aos resultados de ocupação de 2019, que atualmente é nosso referencial para construir cenários. Contudo, como já mencionado, a ABIH-MT ainda se preocupa com os reflexos das baixas tarifárias ocorridas na pandemia que, neste período, encontrou um elemento que trouxe ainda mais redução de rentabilidade: a elevação inflacionária.

Temos, em conjunto com o SEBRAE, promovido diversos workshops para os empreendedores buscarem inovar, agregar valor à experiência de seus hóspedes e valorizar assim seus produtos. Também apresentamos consultorias direcionadas ao controle de custos para amenizar os impactos deste achatamento de receitas e elevação de preços.
Podemos assim acreditar que em 2023 teremos um ano de maior recuperação, com destaque para o reestabelecimento do lucro para os empreendimentos de hospedagem do Mato Grosso.

(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal