Mesmo com todos os riscos e incertezas, a pandemia não freou e tampouco intimidou os planos de expansão da Slaviero Hotéis. Nos últimos meses, a rede fechou cinco contratos e vem lançando novos produtos no mercado. E é sobre esse tema que a entrevista do Hotelier News com Eraldo Santanna foi baseada.

O diretor de Operações da empresa é prata da casa com 17 anos de colaboração e 30 de experiência no setor hoteleiro. Diante de tanta expertise no segmento e intimidade com a marca, o curitibano garante estar otimista quanto ao futuro e afirma ver a pandemia apenas como um momento passageiro na história do mercado.

“Entendemos o cenário atual como algo fora da realidade normal e que terá seu término em algum momento. Os riscos de assumir uma operação em tempos de crise como esta são os mesmos que todos os hotéis abertos estão passando e que precisaram se adequar, porém temos a oportunidade de implementar desde já ações e processos para reduzi-los ao máximo”, ressalta.

Longe das operações da Slaviero, Eraldo Santanna prefere passar o tempo em espaços abertos, seja em longos passeios de bicicleta ou em corridas de rua. Em sua carreira, acumula passagens pela Chambertin Hotelaria, Bourbon Hotéis & Resorts e Bristol Hotelaria.

Três perguntas para: Eraldo Santanna

Hotelier News: Mesmo com a pandemia, a Slaviero vem expandindo seu portfólio em diferentes regiões. Qual o critério dessas aberturas? Como a rede pretende gerir riscos em lançar um novo produto diante de um cenário tão complicado?

Eraldo Santanna: Durante a pandemia fechamos cinco contratos, sendo dois em modalidade de franquia e três para gestão, duas conversões e um em construção. Nosso projeto de expansão não passa somente pelas capitais, mas também por cidades secundárias com desempenho econômico crescente ou mesmo em destinos que fogem deste cenário, mas apresentam um diferencial competitivo para hotelaria corporativa e/ou de lazer.

Entendemos o cenário atual como algo fora da realidade normal e que terá seu término em algum momento. Os riscos de assumir uma operação em tempos de crise como esta são os mesmos que todos os hotéis abertos estão passando e que precisaram se adequar, porém temos a oportunidade de implementar desde já ações e processos para reduzi-los ao máximo.

HN: A rede vem apostando forte no modelo de franquias. Quais suas perspectivas para esse negócio a longo prazo

ES: A distribuição hoteleira mudou muito nos últimos anos e grande parte das receitas passam por processos que envolvem a tecnologia de sistemas diversos. Investimos muito ao longo do tempo em recursos tecnológicos que nos colocam em todas as prateleiras possíveis de venda, incluindo aí a visão sistêmica do mercado para sermos assertivos nos preços. Na modalidade de franquia oferecemos toda esta estrutura de comercialização e distribuição, além do nosso suporte operacional. O proprietário ainda detém a operação de seu hotel, seguindo alguns padrões da bandeira sugerida. Nossas perspectivas são as melhores para este mercado, principalmente em um momento tão complicado pelo qual passamos.

HN: Como a Slaviero está se adaptando ao novo normal em questão de custos? As despesas foram incorporadas ao tarifário?

ES: Já no início da pandemia prevemos que seria algo que iria atacar frontalmente nosso segmento e sem alguma previsão otimista de término. Montamos um comitê com nossos principais executivos e, com reuniões semanais, passamos a definir e implementar ações de redução de custos imediatas para que o fluxo de caixa pudesse ser preservado, uma vez que o impacto nas receitas seria catastrófico. Adequamos nossos serviços a uma realidade diferente, com um quadro efetivo menor do que tínhamos, sempre preservando a qualidade, e estamos a todo momento estudando novas possibilidades de redução, muitas das quais poderão ser mantidas mesmo após esta crise. Desde sempre quem faz o preço é o mercado e buscamos estar dentro dessa política, adequando nossas tarifas de acordo com a movimentação dos diversos segmentos que interagimos.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Slaviero Hotéis