Elizabeth Santos é casada, mãe de duas meninas e se define como uma pessoa eclética, que gosta de experimentar e aprender coisas novas. Adepta de um gosto musical diverso, ouve desde Rock n’ Roll até sertanejo raiz. Em seu tempo livre, gosta de cozinhar e viajar sempre que possível, além de assistir a séries e filmes de romance e ficção. Como indicação de leitura, deixa os livros “Torto Arado”, de Itamar Vieira Jr; e “Mulheres de Cinzas”, de Mia Couto.

Atualmente, ocupa o cargo de diretora de Contas MICE da Meliá Hotels International, rede na qual atua há 18 anos. Na empresa, já esteve à frente de Corporate e Tour Operação, sendo responsável, neste último, por demandas do Brasil, Argentina e Uruguai até agosto do ano passado. Visando ampliar seus conhecimentos e aplica-los no dia a dia de trabalho, cursa MBA em Gestão de Negócios e Valoração do Empreendedor na FIA (Fundação Instituto de Administração).

Na sessão de hoje (13) do Três Perguntas, o Hotelier News recebe a profissional, que fala sobre as demandas de MICE da Meliá neste momento de retomada da hotelaria.

Três perguntas para: Elizabeth Santos

Hotelier News: Atualmente, como você avalia o segmento de Mice? Acredita que o momento atual, com aumento de casos de Covid-19, pode frear o processo de recuperação?

Elizabeth Santos: O MICE tem um papel fundamental para a economia de qualquer lugar, sendo essencial para o desenvolvimento de uma cidade. É um setor forte, que gera muitos empregos diretos e indiretos; uma categoria que se especializa mais a cada dia. Na hotelaria não é diferente: a base grupal que gera o segmento MICE em nossos hotéis, seja Brasil ou exterior, é de suma importância para uma boa performance dos resultados.

Entretanto, os últimos dois anos foram de grandes desafios para o segmento em todo país. Como um dos setores mais impactados pela pandemia do coronavírus (Covid-19), conviveu com um cenário de atividades totalmente paralisadas, falta de recursos e desemprego, que teve uma repercussão direta nas viagens de incentivos e grandes convenções, paralisadas neste período.

A perspectiva no último trimestre de 2021 era uma retomada pujante do setor, visto que havia uma movimentação forte das empresas, agencias, organizadoras de eventos em retomar projetos paralisados, eu pessoalmente estava otimista com os resultados alcançados até então. Contudo, com esta nova variante e o aumento dos casos, infelizmente o cenário atual começa se mostrar preocupante ao segmento. Já percebemos uma paralização em relação à busca dos clientes por negócios MICE. Faz-se necessário um primeiro trimestre mais cauteloso, mas mesmo assim estou otimista e acredito que a partir da diminuição dos casos, a recuperação do setor será retomada e fortalecida em poucos meses.

HN: Quais estratégias a rede tem adotado no sentido de fomentar a realização de eventos nesse período de recuperação?

ES: A Meliá é uma empresa que se preocupa principalmente com o bem estar e segurança dos hóspedes. Logo no início da pandemia, a rede desenvolveu e adotou o programa internacional Stay Safe with Meliá, aplicado em seus mais de 380 hotéis ao redor do mundo, com protocolos rígidos para hóspedes e colaboradores. Algumas destas medidas são: a maximização da limpeza das superfícies; lacração de itens após desinfecção do apartamento; instalação de dispensadores de álcool em gel nas áreas comuns; uso de equipamentos de proteção individual para as equipes de limpeza; vedação de apartamentos entre estadas; e muitos outros.

Todo este processo contou com a supervisão de um dos maiores grupos de inspeção e certificação do mundo, o Bureau Veritas. Esta, sem dúvida, foi uma estratégia que nos apoiou em levar ao cliente maior garantia em realizar seus eventos/grupos conosco.

Paralelo a este programa, lançamos uma campanha global chamada We Are Back, para incentivar o negócio MICE, campanha esta válida até fevereiro de 2022 e possui uma gama de benefícios, seja para a agencia ou cliente final, além de uma política de cancelamento super flexível, o que a torna super atrativa.

HN: No pós-pandemia, quais são as mudanças mais significativas no setor de Eventos?

ES: A forma como a sociedade modificou seus cuidados e protocolos desde o surgimento da pandemia de Covid-19, num contexto em que o tema saúde está mais sensível, certamente resulta em mudanças nos setores econômicos mais afetados como o caso de eventos.

De fato, uma das mudanças que serão parte deste processo é a ampliação da tecnologia, que contribuiu para que o segmento de eventos continue em movimento; a integração e o surgimento de diversas plataformas virtuais se tornou uma alternativa viável para minimizar os impactos do setor. Neste cenário, há oportunidade de reinventar-se e surgirem novos desafios aos profissionais do setor.

Certamente, o sentimento de estar em um evento presencial em um ambiente que encanta, reforça a necessidade de se conectar. Principalmente dentro da característica latina de proximidade, o networking é de suma importância em nossa cultura.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Meliá Hotels International