Formado como Técnico Químico, Eduardo Del Gaudio é o atual gerente de Vendas, responsável pelo cluster da região da Berrini, Morumbi e Interlagos da Accor. Ingressou na hotelaria ao decidir se mudar para Inglaterra em 1989, quando iniciou em um pequeno hotel chamado Hyde Park Hotel, em Londres.

Em seguida, trabalhou em uma empresa de catering que proporcionou a chance de atuar nos mais tradicionais empreendimentos e locais da cidade, tais como, Claridges Hotel, Park Lane Hotel, Guildhall, Queen Elizabeth II Conference, dentre outros.

Após oito anos morando fora, retornou ao Brasil, casou-se e ingressou na Faculdade de Hotelaria, e em seguida fez MBA na Fundação de Santo André , além de diversos outros cursos. Atualmente, está em uma pós-graduação online pela PUC-RS.

Eduardo Del Gaudio é também um esportista nato. Já praticou atletismo, basquete, kung fu, xadrez, ciclismo, natação, mas foi no tênis que realmente se destacou. “Me trouxe ética e aprendizado para a vida pessoal e profissional, principalmente por proporcionar conhecer amigos que levo para a vida”, conta.

Três perguntas para: Eduardo Del Gaudio

Hotelier News: Quais as perspectivas para o ano de 2021?

Eduardo Del Gaudio: As perspectivas para 2021 são apreensivas, se espera um ano melhor que o passado, mas será de uma recuperação modesta. As incertezas da vacinação global afetam diretamente a tomada de decisão das empresas, governos e parte expressiva de viajantes a lazer. Viagem, dentre outras coisas, demanda planejamento, organização e dinheiro, quanto maior o tempo e a distância do destino, mais complexo fica devido a logística, alimentação e hospedagem. As restrições de alguns países neste primeiro semestre estão bem incertas, dificultando o planejamento a médio e longo prazo, logo, somente acontecem viagens com muito pouca antecedência. Os eventos com grande número de pessoas provavelmente ocorram em um formato menor e híbridos, porém, tudo dependerá das restrições governamentais e índices da pandemia.

HN: O turismo paulista sofreu muito com a falta do corporativo. A chegada da vacina é o que faltava para reaquecer o mercado?

EG: Acredito que a chegada da vacina reflita parte da volta à normalidade. O desafio vai além disto, vacinar as pessoas é um dos fatores primordiais, empresas priorizando a segurança provavelmente analisarão este detalhe e evitarão expor seus colaboradores. Outro agravante é que a maioria das pessoas no mercado de trabalho são jovens e, consequentemente, serão os últimos a serem vacinados devido ao baixo risco. Diversas empresas diminuíram seu quadro de colaboradores, algumas até seu espaço físico, implantaram a comunicação virtual através de vídeo conferência que apesar de já existir há anos, foi na pandemia que se mostrou eficiente e econômico. Outro detalhe importante são as restrições de diversos países que se utilizam dos indicadores públicos veiculados na mídia para a tomada de decisão, logo, além da vacina, necessitamos abaixar os casos de Covid-19, tanto aqui, quanto nos países emissores de viajantes para cá.

HN: Com as mudanças de hábitos de consumo e clientes um pouco mais desconfiados, como o hotel se prepara para o “novo normal”? Como conquistar o público além dos protocolos de segurança?

EG: A pandemia trouxe uma importante mensagem sobre higiene. Diversas doenças podem ser evitadas com uma limpeza adequada e o simples hábito de lavar as mãos frequentemente. A higienização dos hotéis é muito boa, em particular da Accor, onde trabalho há mais de 15 anos. Asseguro que sempre tivemos um protocolo adequado, treinamento frequente dos profissionais e produtos homologados com qualidade. Na pandemia, foram implantadas ainda novas medidas para adequar ao Covid-19. Para assegurar ainda mais a confiabilidade e segurança dos clientes, foi contratado mundialmente a auditoria através da empresa Bureau Veritas para fazer a inspeção e certificação dentro dos padrões internacionais.

(*) Crédito da foto: Arquivo pessoal