No mercado hoteleiro há 30 anos, Daniela Pereira atualmente comanda o Staybridge Suites São Paulo. Convidada de hoje (5) para participar do Três perguntas para, a profissional fala sobre as expectativas de retomada do público executivo com a chegada da vacina, mudanças operacionais e novos produtos criados na pandemia.

“Neste momento, a chegada da vacina gera um sentimento de otimismo que acredito ser muito positivo para a economia do país de forma geral. Isso faz com que os planos voltem a ser traçados e o mercado comece a reagir positivamente”, comenta.

Hoteleira por formação, a gerente geral atuou também como diretora de Vendas e Marketing do hotel Crowne Plaza, e depois seguiu para o IHG (InterContinental Hotels Group). Daniela também é amante de viagens, livros biográficos e da boa e velha MPB.

Três perguntas para: Daniela Pereira

Hotelier News: Com a pandemia, o Staybridge investiu no modelo room office. Como tem sido a receptividade dos clientes e quais as impressões da marca sobre o produto?

Daniela Pereira: Sim, investimos em um modelo de room office, que ainda é um projeto novo e imagino que precise de um tempo maior de maturação. A receptividade é boa, porém ainda não existe muita procura. Talvez para uma cidade como São Paulo, seja um pouco mais difícil por conta da grande oferta deste produto por todas as partes. De qualquer forma, é interessante poder oferecer mais uma alternativa ao mercado.

HN: Quais outras tendências você acredita que a pandemia trouxe ? O que é paliativo e o que é de longo prazo?

DP: Com a diminuição do segmento corporativo, vimos crescer o segmento de lazer, famílias viajando juntas e se hospedando em hotéis para terem uma experiência diferente. São pessoas buscando lazer urbano como shoppings, atividades em parques, cinemas e shows em modelo drive in. Uma tendência maior também são as viagens feitas de carro. Parte disto pode ser paliativo, mas acredito que este novo comportamento gere um costume e se torne um hábito cada vez mais frequente entre os brasileiros. Pode ser sim uma tendência que veio para ficar.
Na parte corporativa, acredita-se que as viagens foram ressignificadas, mas que não deixarão de existir. Os executivos farão deslocamentos necessários e ficarão um período de tempo maior ao invés de realizarem o bate e volta. Outro ponto é que não viajarão muitos executivos de uma só vez, apenas um ou dois e os demais se ambientarão ao modelo de reunião híbrida.

HN: O que muda com a chegada da vacina?

DP: Neste momento, a chegada da vacina gera um sentimento de otimismo que acredito ser muito positivo para a economia do país de forma geral. Isso faz com que os planos voltem a ser traçados e o mercado comece a reagir positivamente. Somente com a grande maioria já vacinada teremos novamente a segurança de exercer as atividades às quais estávamos acostumados e da forma que estávamos acostumados. Sem dúvida nos coloca uma luz de que as coisas em breve retornarão ao ritmo pré-pandemia.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Staybridge Suites São Paulo