Diretor Executivo de Sourcing Nacional – Produtos Nacionais da CVC Corp, Claiton Armelin possui mais de 35 anos de experiência no turismo. Natural de Santo André, região Metropolitana de São Paulo, o executivo conta em entrevista exclusiva ao Hotelier News as ações e perspectivas da empresa para a retomada.

Nos últimos meses, a CVC Corp sofreu um baque de R$ 215,5 milhões devido à pandemia. Apesar das perdas, a companhia de capital aberto vem articulando rodadas de investimentos. “A primeira rodada de subscrição de sobras do processo foi finalizada de forma altamente positiva, totalizando aproximadamente R$ 301,7 milhões”, revela Armelin.

Aos 55 anos, o profissional formado em Gestão Administrativa de Turismo pela Universidade Metodista e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV (Fundação Getulio Vargas) acumula 30 anos de atuação da CVC, sendo os cinco últimos no braço corporativo, dedicando-se ao relacionamento e parcerias com fornecedores e destinos nacionais.

Apontado pelo trade como um dos principais executivos que apoiam o desenvolvimento do turismo nacional, recebeu recentemente títulos de reconhecimento dos destinos de Caldas Novas e Porto Seguro. Claiton Armelin conta que um de seus principais hobbies é viajar com a esposa e suas filhas gêmeas, todas apaixonadas pelas belezas brasileiras.

Na CVC Corp, Claiton Armelin responde pelas estratégias comerciais e de negociações com parceiros e fornecedores da hotelaria e de empresas de turismo receptivo no Brasil, liderando o time de produtos nacionais que atendem às unidades de negócios e marcas que compõem a CVC Corp, que atua nos segmentos de lazer, corporativo e intercâmbio, formado por mais de 10 marcas, sendo 8 no Brasil (CVC, Visual Turismo, Submarino Viagens, Trend, VHC, RexturAdvance, Esferatur e Experimento Intercâmbio Cultural) e 3 na Argentina (Ola, Bibam e Almundo).

Três perguntas para: Claiton Armelin

Hotelier News: A CVC Corp vem registrando grandes prejuízos em 2020 devido à pandemia. De que forma a empresa está articulando sua recuperação? Como estão as rodadas para aumento de capital?

Claiton Armelin: O ano de 2020 tem sido desafiador para todos os negócios, especialmente para a indústria do turismo. No entanto, conforme nosso presidente Leonel Andrade vem reforçando, a trajetória da companhia é positiva e, por ser uma empresa de capital aberto, a CVC Corp tem divulgado publicamente todas as ações desenvolvidas para passar pela pandemia e continuar liderando a retomada. A companhia vem trabalhando de forma diligente, com medidas ágeis e eficientes para responder a realidade. As ações para preservar a saúde financeira foram efetivas, o que a coloca em posição de protagonismo no momento de retomada atual do setor. E a companhia tem ocupado uma posição de destaque nessa retomada: os destinos nacionais são os principais motores de nossa indústria nesse momento de início de retomada, com destaque para o turismo regional.

A primeira rodada de subscrição de sobras do processo foi finalizada de forma altamente positiva, totalizando aproximadamente R$ 301,7 milhões, integralização de 100% do total proposto. Foram também atribuídos aos subscritores um bônus de subscrição e na hipótese do exercício da totalidade dos bônus de subscrição, a companhia poderá ter um aumento de capital adicional de até R$401,3 milhões, podendo atingir o total máximo de R$703.0 milhões. A etapa de subscrição se iniciou em 1º de dezembro de 2020 e irá até 29 de janeiro de 2021. A CVC Corp também anunciou a finalização do processo de reestruturação de suas dívidas com os debenturistas de forma positiva, com updgrade do rating atribuído pela Standard & Poor’s para brB.

HN: Com as mudanças de comportamento do consumidor, os viajantes vêm apresentando preferências por negociar diretamente com fornecedores, o que afeta diretamente agências e operadoras. Como a CVC está contornando a situação? Qual a estratégia de comunicação com os clientes?

CA: Nesse novo jeito de viajar, os clientes têm valorizado ainda mais o apoio de consultores nas remarcações e orientações atualizadas sobre situações de destinos, hotéis e passeios. O diferencial da marca CVC, por exemplo, com toda a sua rede de lojas à disposição dos consumidores em todo o Brasil, é uma fortaleza ainda mais valorizada pelo cliente neste momento de pandemia, que busca nossos consultores para ter sempre as orientações sobre situações dos destinos, dos meios de hospedagens em geral, dos passeios e assim por diante. A CVC facilita a viagem ao cliente em todos os sentidos: desde a customização da viagem até no que diz respeito às condições de pagamento e às flexibilizações das viagens. Por fazer parte de um grupo sólido, isso também representa uma segurança de embarque e de realização da viagem – seja para o consumidor, seja para o agente de viagem parceiro ou para o nosso fornecedor.

Apesar de ser reconhecida pela formatação de pacotes, atualmente mais de 80% das viagens organizadas pela CVC são aquelas customizadas – em que o cliente pode viajar com seu próprio carro, fazer a sua programação e adquirir serviços avulsos nas agências, como bilhetes aéreos, seguro viagem, diárias de hospedagens, ingressos e, também, contando com o apoio de serviços dos consultores de viagens nas lojas, das condições de pagamento estendidas, tarifas e benefícios diferenciados. E por ser uma marca que sempre está ao lado dos parceiros e clientes, a CVC desde o início da pandemia vem se colocando à disposição de seu público.

No auge da pandemia, por exemplo, a CVC falou aos clientes: fique em casa, viaje depois, em uma campanha inédita em seus 48 anos de história; e desde então vem orientando os clientes sobre o processo gradativo de retomada, fortalecendo a parceria com redes hoteleiras e todos os nossos parceiros em receptivos, passeios, que também tiveram que se adaptar. Ou seja, o “novo normal” exigiu que as empresas de turismo – companhias aéreas, hotéis, empresas de turismo receptivo e nós, da CVC Corp, que operamos as viagens – fizessem adaptações em seus negócios, orientando-se cada vez mais ao consumidor, para a segurança do viajante e os protocolos de segurança e distanciamento social. E isso pude atestar e comprovar de perto: como meu time faz as negociações com os hotéis pelo Brasil, tenho visitado resorts, hotéis e pousadas em todo o país com novos protocolos de segurança, para bem receber o cliente. Hotéis oferecem refeições sem sistema de buffet e companhias aéreas, por exemplo, intensificam formas de embarcar e de viajar com a segurança como principal foco. As regiões turísticas também trabalham com certificações lançadas por órgãos internacionais e nacionais de segurança global, os “Safe Travels”.

Na CVC Corp, a prioridade é por fornecedores que tenham esse comprometimento, que sigam protocolos de segurança, que deve permanecer como prática constante nos próximos anos. Também aproveitamos para lançar novidades: diárias em resorts e hotéis com estadias adaptadas com home office para pais e estadia com monitoria de lazer para filhos (são mais de 40 opções à escolha do cliente), mais opções de viagens e destinos de natureza e parques nacionais, além de seguro viagem com cobertura para a Covid-19 também para as viagens nacionais, em parceria com a Travel Ace e uma linha de produtos e serviços para o público de alta renda em destinos pelo Brasil, chamado Travel Boutique, com hospedagens e viagens para quem não abre mão de luxo e exclusividade e que habitualmente costuma viajar para o exterior.

HN: Quais as perspectivas da empresa para 2021? No próximo ano, já será possível reverter as perdas enfrentadas em 2020?

CA: Nosso presidente Leonel Andrade já vem falando publicamente sobre as ações que vêm sendo realizadas e como a CVC Corp está liderando a retomada do setor. Como mencionado antes, a companhia tem adotado as ações necessárias para garantir a saúde financeira da companhia, o bem-estar de nossos clientes e de nossos colaboradores, também contribuindo para a recuperação do setor de viagens, que continuará sendo de forma gradativa também a partir de 2021.

(*) Crédito da foto: Divulgação/CVC Corp