Alexandre SampaioSampaio: nossa melhor aposta é o setor corporativo

Após entrevistas com Roberto Bertino e Gabriela Otto, o Hotelier News dá sequência ao Três Perguntas para. Desta vez, conversamos com Alexandre Sampaio, presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação) e uma das principais pontes entre os setores de hotelaria e alimentação e o Congresso Nacional.

Reeleito em 2018, Sampaio comandará a entidade até 2022. Com quase 40 anos de experiência no mercado hoteleiro, o executivo também preside o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC (Confederação Nacional de Comércio, Bens, Serviços e Turismo), que reúne mais de 10 associações empresariais do turismo, além de Federações do Comércio nos estados brasileiros.

O profissional é ainda membro do CB54 (Conselho Nacional de Turismo do Ministério do Turismo; coordenador do Comitê Brasileiro de Normatização em Turismo), órgão de planejamento, coordenação e controle das normas relacionadas ao Turismo da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Com formação em Ciências Contábeis, Sampaio foi presidente do SindRio entre 2002 e 2010, quando assumiu a presidência da FBHA. Também foi vice-presidente da ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro) e diretor financeiro, diretor jurídico e vice-presidente da ABIH Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis). Além disso, é proprietário dos hotéis Copasul e Lagos Copa, no Rio de Janeiro e em Macaé (RJ), respectivamente.

Três perguntas para: Alexandre Sampaio

HN: Quais estratégias a FBHA  vem adotando para auxiliar seus associados durante a crise e para a retomada?

AS: Estamos ajudando com assessorias e sindicatos que interagem com nossa base. Tiramos dúvidas sobre as MPs (Medidas Provisórias), como por exemplo, o que fazer com colaboradores que estão de férias e retornam em abril. Buscamos o aumento da vigência das medidas do governo para mais um bimestre, estendendo até julho. No setor de alimentação, trabalhamos em parceria com a Fecomércio para flexibilização das operações em delivery e take away, em apoio às empresas.

HN: Como a entidade vem atuando em conjunto com o governo para minimizar a crise e buscar a recuperação do setor?

AS: Falei com o ministro Marcelo Álvaro Antonio e temos que pensar para frente. Alguns dos pontos são os cancelamentos e devoluções de clientes que não utilizarão os serviços hoteleiros no momento. Uma solução é oferecer novas datas ou reembolso parcelado. Nossa percepção é de retomada de julho em diante, mas isso vai depender das variações dos efeitos da pandemia. Estamos com a esperança de que os clientes voltem a viajar em breve.

HN: Como o setor sairá desta crise? Quais os segmentos com maior potencial de restauração?

AS: É muito relativo. O ano provavelmente será perdido para muitos setores, em especial para a hotelaria. Temos as épocas frias chegando, o que pode aumentar a propagação do coronavírus e muitas dúvidas. A MP 936 deu uma segurada, mas já contabilizamos 150 mil demissões. Já chegamos em perdas na casa dos R$ 300 milhões em faturamento no turismo e esses números podem chegar a R$ 3 bilhões. Tudo vai depender da evolução do vírus. Os eventos nacionais e de curta distância podem abrir essa retomada, mas podem ser considerados aglomerações, o que dificulta a situação. Nossa melhor aposta é o corporativo, mas não podemos fazer loucuras. O segmento vai lucrar com diárias débeis e isso pode ajudar na recuperação.

(*) Crédito da foto: Arquivo HN