A retomada do turismo é realidade no país, mas alguns segmentos ainda esperam por dias melhores. É o caso das viagens e eventos corporativos, que ainda dependem da maior confiança das empresas em protocolos sanitários e também da agilidade do PNI (Plano Nacional de Imunização). É pensando nestes fatores que a Tour House reuniu representantes do setor e infectologistas para falar de cenários e expectativas, ambas com embasamento científico. O evento foi híbrido e aconteceu no Blue Tree Premium Morumbi, em São Paulo, com realização do Grupo R1.

Antes da percepção sobre o retorno das atividades à “normalidade”, a Tour House também trouxe dados de uma pesquisa realizada com mais de mil viajantes corporativos. Nela, a informação que mais chama atenção é o fato de 80,2% das pessoas sentirem vontade de viajar a trabalho após a pandemia. Para Carlos Prado, CEO da empresa, o índice é significativo sobre a retomada.

“Existe, agora e para o futuro, um forte de desejo de voltar a encontrar pessoas. Para o quarto trimestre, por exemplo, temos uma procura significativa de cotações para eventos sociais e corporativos, demonstrando este número na prática. Portanto, será necessário se adaptar, mas o evento ou reunião de negócios presencial não deixará de ser realizado”, afirma.

Além deste, o levantamento da Tour House também identificou que 65,4% das pessoas querem viajar mais a trabalho depois da pandemia. Em complemento, 71,1% delas tem conhecimento dos protocolos de segurança aplicados pela indústria turística, seja em hotéis, aviões ou centros de convenções. O interesse, então, deve nortear a retomada do corporativo e Mice.

Tour House

Prado: eventos presenciais fazem a diferença

Tour House: estamos prontos?

Em um painel com participação de Prado, a Tour House também recebeu representantes importantes do setor. Entre eles, a anfitriã Chieko Aoki, presidente da Blue Tree Hotels; Rodrigo Cezar, conselheiro da Alagev (Associação Latino Americana de Gestores de Viagens e Eventos Corporativos); além da infectologista Glória Brunetti (Hospital Emílio Ribas) e a pneumologista e pesquisadora Margareth Dalcolmo (Fiocruz).

Quando questionadas sobre o momento em que vivemos e a ideia de reabertura, ambas ponderaram sobre uma volta ainda gradual e cuidados. Glória, primeiro, falou da necessidade de seguir normas sanitárias, principalmente no setor de eventos.

“Protocolos são moldados com as fotografias do momento, de acordo com a situação vivida atualmente. É a forma de evitar a contaminação, ou seja, a porta de entrada para o vírus. Não é complicado, mas é detalhado e específico. Precisa ser seguido e mudado conforme acontecimentos”, explica.

Além disso, a especialista reitera que se basear na ciência é, novamente, o único caminho para imaginar dias melhores nas viagens e eventos corporativos. “As pessoas não mudaram, mas o contexto e o mundo, sim. A volta não será igual, mas continuar usando máscaras, por exemplo é um caminho para normalizar ao máximo os processos de viagens”, complementa.

Depois, Margareth citou que é possível, sim, retomar encontros presenciais, com algumas ressalvas. “Não temos um terço da população vacinada e não teremos 40% até setembro. Isso é ruim, mas a situação atual permite a retomada de eventos presenciais com muitos regramentos e protocolos, usando máscaras, praticando distanciamento social e sem aglomerações”, conclui.

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“A retomada só é possível com trabalho conjunto entre trade e ciência”

Trade

Do ponto de vista técnico-turístico do painel, Chieko reforçou que as boas práticas de sanitização fortaleceu hotéis. No momento com empreendimentos em ocupação até mesmo em 80%, segundo ela, a Blue Tree Hotels ainda busca solidificar o relacionamento com o hóspede de negócios, que ainda não voltou plenamente à viajar.

Em complemento à executiva, Cezar finaliza sobre o novo sarrafo, ou seja, padrões que foram refeitos e subidos de nível neste segmento. “Importante lembrar que a pandemia elevou o nível para fazer eventos ou viagens corporativas. Nem todo evento será presencial e nem toda viagem será necessário, então a análise dos consumidores será ainda maior e, por isso, a realidade do mercado na retomada será outro”, pontua.

(*) Crédito das fotos: Reprodução