Embora exista muito debate sobre os vencedores e perdedores da pandemia, não é possível apontar um setor da economia brasileira que tenha passado ileso pela crise do novo coronavírus. Poucos, no entanto, sofreram o baque duplo vivenciado pelo segmento de hospitalidade no país. Inicialmente, veio a suspensão temporária das atividades. Em seguida, a descoberta de que a relação das empresas com seus consumidores era, quase que unicamente, presencial.

Esse cenário é bem traduzido pelos resultados do setor em 2020. Em relação a 2019, o número de pernoites em hotéis caiu 55% no ano passado, de acordo com o FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil. No mesmo período, a receita com hospedagem teve queda de 57%, de R$ 3,7 bilhões para R$ 1,5 bilhões.

Quais são os caminhos para fortalecer o setor de hospitalidade depois do baque? Sabemos que as dificuldades não desapareceram magicamente com a virada do ano, mas, com o início da vacinação, já é possível vislumbrar uma luz no fim do túnel. Agora, acredita-se que 2021 é o ano de reorganização para que, em 2022, os níveis de ocupação comecem a voltar ao nível pré-crise.

Em primeiro lugar, os profissionais do ramo sabem bem do esforço feito por estabelecimentos de todos os portes para criar protocolos de limpeza e segurança sanitária, não apenas eficientes, mas de excelência, para hóspedes e funcionários. Reservas foram flexibilizadas, e as tarifas também foram reduzidas.

Para, além de oferecer um ambiente seguro e de confiança, há diversas oportunidades para que o setor volte a atrair clientes neste ano. As restrições das viagens internacionais, que devem se manter em vigor ao menos durante o primeiro semestre, estimulam o turismo nacional, enquanto a ocupação mais baixa dá a chance dos hotéis expandirem a comercialização do day use nas suas instalações – um respiro para quem está confinado, mas ainda não sente segurança para viajar.

Também é a hora de mostrar tudo o que há de atraente em suas propriedades, despertando o desejo dos clientes em potencial e transformando-se no destino dos sonhos de quem já quer planejar a próxima viagem de férias.

Aproveitar essas chances requer, contudo, uma conexão direta com os consumidores. E é aqui que reside a importância vital do marketing digital no retorno às atividades. Ele abrange as ações executadas pelo seu negócio, em meio virtual, para atrair clientes, criar relacionamentos e desenvolver identidade de marca.

Não estamos falando só de promoções em sites de reserva. O planejamento de marketing pode incluir redes sociais, blogs de conteúdo, mídias sociais, construção de mailings, entre outros.

Construir um site com textos sobre destinos de viagem, por exemplo, pode casar muito bem com uma estratégia de vendas para as próximas férias.

Para obter resultados, a empresa deve entender a importância dessas ferramentas e desenvolver um plano de ação. Esse “mapa do tesouro” servirá de guia para uma comunicação bem-sucedida e certeira, em um cenário no qual a quantidade de plataformas e possibilidades podem acabar confundindo mais do que ajudando.

Seu planejamento deve conter quatro pontos essenciais para qualquer estratégia:

  1. Defina os seus objetivos: entre eles, pode estar aumentar o número de seguidores nas redes sociais, ampliar o conhecimento sobre a sua marca ou divulgar um novo produto ou serviço;
  2. Entenda seu público-alvo: defina as características de seu hóspede habitual, ou de quem você gostaria de atrair nesta nova fase do seu estabelecimento. A segmentação que as ferramentas permitem irá ajudá-lo a passar suas mensagens exatamente para quem você quer que as receba;
  3. Escolha os canais: você não precisa ter presença sólida em todas as plataformas. Mapeie aquelas em que sua audiência em potencial está e concentre suas ações nestes canais. Micro e pequenas empresas podem não ter um site sofisticado, mas devem aprender a fazer propaganda por meio do Instagram, ou fechar negócio por WhatsApp, por exemplo.
  4. Defina como a mensuração será feita: o melhor jeito de saber se um plano está gerando resultados é medi-los. E o número de vendas não é a única maneira de fazer isso. É possível monitorar o engajamento com seu conteúdo, medir o número de seguidores ou visitas ao seu site, entre outros. O importante é ter metas claras.

Em resumo, o planejamento de marketing é uma excelente ferramenta em tempos de crise, porque estabelece metas que, além de gerar resultados, ajudam a enxugar gastos desnecessários.

Se você não sabe por onde começar, existem atualmente empresas que cuidam apenas da gestão de marketing do seu negócio, para que você se concentre em sua atividade principal e esteja pronto para atender seus clientes da melhor maneira possível. Quem se comunicar melhor vai sair na frente quando a retomada chegar – e ela virá!

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*Thaís Faccin é sócia-proprietária da Jahe Marketing, assessoria especializada em marketing que oferece auxílio e soluções para empresas que buscam profissionalização de suas atividades relacionadas à área de Marketing. Considerada pelos clientes como “o marketing da minha empresa”, a Jahe Marketing está preparada para assumir desde um planejamento estratégico, até a execução dos planos de ações de marketing digital, branding, trade marketing, comunicação, assessoria de imprensa, criação e design.

Há 19 anos atua com marketing e gestão de produtos em multinacionais. Atuou nos mais diversos setores, tais como: hospitalidade, construção, food service e tecnologia. Formada em Turismo com Ênfase em Eventos pela Universidade Anhembi Morumbi e Pós graduada em Administração de Marketing pela FAAP.

Contato: [email protected] | www.jahemarketing.com.br