O desemprego no Brasil atingiu 14,7% no 1º trimestre de 2021, informou hoje (27) pela manhã o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se da maior taxa de todos os trimestres da série histórica do instituto, iniciada em 2012. Ao todo, existem 14,8 milhões de brasileiros sem trabalho no país, também montante recorde de desocupados.

Os números divulgados pelo IBGE integram a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Na comparação com os últimos três meses de 2020, o indicador apresenta alta de 0,8 p.p (pontos percentuais). Já na comparação anual, houve crescimento de 2,5 p.p. No último levantamento, referente ao trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego estava em 14,4%.

A população desocupada também é recorde da série histórica, crescendo 6,3% (mais 880 mil pessoas) ante os últimos três meses de 2020, que somava 13,9 milhões de brasileiros. Na comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, a expansão é de 15,2%, com 1,956 milhão de desocupados a mais.

taxa de desemprego - Pnad 1º tri 2021_info

Já os maiores níveis absoluto de desocupação no país estão no Nordeste: Pernambuco e Bahia (ambos com 21,3%), seguidos por Sergipe (20,9%) e Alagoas (20,0%). Na outra direção, Santa Catarina (6,2%), Rio Grande do Sul (9,2%), Paraná (9,3%) e Mato Grosso (9,9%) são as únicas abaixo de 10%.

Ontem (26), segundo informações do G1, o Ministério a Economia divulgou que a economia brasileira gerou 120.935 empregos com carteira assinada em abril, apontam dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Esse foi o menor saldo positivo mensal registrado em 2021.

Na avaliação de economistas, uma melhora mais consistente do mercado de trabalho só deverá ser observada no segundo semestre. Eles ponderam, contudo, que esse avanço está condicionado ao avanço da vacinação e uma recuperação mais firme do setor de serviços, segmento que mais emprega no país e também o mais afetados pelas medidas de restrição para conter o avanço do coronavírus.

Taxa de desemprego e hotelaria

Ontem, o Hotelier News publicou levantamento exclusivo produzido pela Capih (Comissão de Administradores de Pessoal da Indústria Hoteleira). A pesquisa mostra o impacto da reedição da MP 936 na preservação de empregos na hotelaria. Na visão da comissão, a demora do anúncio da medida gerou menor adesão ao programa do governo federal em relação ao ano passado.

Como a MP foi publicada no final de abril, os hotéis brasileiros enfrentavam queda brusca de demanda em função da adoção de medidas de isolamento social em estados e municípios. Sem alternativas, o setor hoteleiro fez desligamentos ao longo dos quatro primeiros meses do ano. A mesma Capih já identificava, em março, redução de 31,7% dos postos de trabalho no segmento.

(*) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News