Em seu último webinar de 2021, o STR apresentou um balanço do setor hoteleiro para o acumulado de 2021. A empresa de benchmarking constatou que as principais cidades brasileiras já recuperaram 70% do RevPar de 2019, com destaque para as capitais com maior potencial para o turismo de lazer como Recife, Fortaleza e Salvador.

O balanço foi feito de acordo com os dados de mais de 800 empreendimentos, incluindo grandes redes e resorts. Avançando em direção à recuperação, o Brasil já opera com apenas 15% de ocupação abaixo dos níveis pré-pandêmicos. Já o indicador global gira em torno dos 50% abaixo de 2019.

“É claro que a recuperação varia de região para região e de como os países vêm controlando a pandemia e avançando nos níveis de vacinação. Todas as regiões estão com mais de 60% de ocupação recuperada, mesmo que ainda aquém de um ano normal”, explica Patricia Zulato, Country manager do STR no Brasil.

STR - grafico 1

De acordo com a executiva, a curva ascendente de retomada deve ser acentuada após a divulgação dos dados de novembro, chegando ainda mais perto dos números pré-pandemia e, em alguns casos, ultrapassar esses resultados.

Em termos de diária média, sem considerar a inflação, o Brasil já superou os níveis de 2019. Para Patricia, a alta no indicador é um fator otimista. “A diária média mostra um cenário animador. Diferente de outras crises mundiais, quando víamos a ocupação chegando primeiro, as tarifas vêm se recuperando antes da demanda. Na América do Sul, já retomamos as diárias em 91%”.

A lucratividade dos hotéis também está em fase de aquecimento em boa parte do globo. No Brasil, o Rio de Janeiro se destaca como um dos principais destinos mundiais liderando a recuperação de TrevPar, com 56% do indicador recuperado. “O Rio é um caso peculiar, pois tem uma boa combinação de lazer e corporativo. Um bom demonstrativo é de como o A&B (Alimentos & Bebidas) dos hotéis impulsionou as receitas”, analisa a executiva.

STR - grafico 3

STR: o que está por vir?

As reservas para o Natal e Ano Novo na Europa já atingem os 60%, o que mostra que mesmo com a variante Ômicron as pessoas ainda estão circulando. Passadas as festividades, existe uma queda expressiva, chegando a 20% de ocupação na região. O declínio aponta uma tendência do consumidor em planejar as viagens de última hora.

Já as demandas corporativas estão em recuperação constante, mas ainda longe dos índices de 2019 nos EUA. “No Brasil, superamos os EUA em número de vacinados, logo a tendência é que o corporativo por aqui venha na mesma crescente”, prevê Patricia.

No Brasil, a diária média já superou os índices de 2019 em julho e por conta dos feriados, a curva crescente se manteve nos meses seguintes. Quanto ao RevPar, cidades corporativas como São Paulo sofreram um baque mais expressivo durante a pandemia, mas seguem se recuperando mês a mês.

A capital paulista e o estado de São Paulo apresentam uma retomada crescente, mas ainda existe uma diferença entre a principal cidade e destinos do litoral e interior. “Muitas pessoas migraram para destinos de lazer, que já estão próximos aos níveis de 2019, enquanto a capital ainda apresenta ocupação 20% abaixo de 2019”.

Os dias da semana ainda estão abaixo dos finais de semana, quando turistas do interior vêm à capital, como foi o caso da Fórmula 1. O corporativo se recupera de forma mais tímida, com ocupação de grupos 80% abaixo de 2019.

STR - grafico 4

No Rio, o regional já supera 2019, enquanto a capital gira em torno de 80% de ocupação recuperada. Com as demandas de fim de ano, a Cidade Maravilhosa deve conseguir retomar totalmente os indicadores.

Segmento que se destacou durante a pandemia, os resorts seguirão impulsionados pelo lazer interno. Em termos de diária média, os empreendimentos tiveram alta de 33% frente a 2019, mas ainda sofrendo com ocupações abaixo do desempenho pré-crise.

A receita total por UHs aponta que as pessoas estão pagando mais pelos resorts, principalmente os litorâneos. A ocupação de 2021 até setembro já superou 2019 e em novembro o segmento deve dar um grande salto em sua retomada. “No feriado da Independência, os resorts chegaram a 70% de ocupação. Com o verão chegando com mais força, empreendimentos no litoral ganham destaque”, diz Patricia.

Para os próximos anos, o STR projeta um aumento de pessoas querendo viajar em seus próprios países e internacionalmente frente aos níveis pré-pandêmicos. Ao final de 2022, a Europa deve atingir o RevPar de 2019. O lazer interno deve se recuperar primeiro, seguido do lazer internacional em 2023 e doméstico corporativo em 2024.

Os EUA seguem a mesma linha, superando as demandas de 2019 em 2023 e RevPar em recuperação até o início de 2024. “Grandes eventos já estão retornando no setor de hospitalidade. Em São Paulo essa retomada vem com força, como pudemos ver com a realização de ações como a Equipotel”, avalia a executiva.

(*) Crédito da capa: Pixabay

(**) Crédito dos gráficos: Divulgação/STR