STR: já é possível falar em uma retomada real na América do Sul?
18 de outubro de 2021A recuperação está na mente de quase todas as pessoas da indústria de viagens neste ponto da pandemia. A STR analisou dados da América do Sul e constatou que o desempenho hoteleiro da região está intimamente ligado ao arrefecimento dos contágios. Com a crise sanitária ficando cada vez mais no controle ao entrarmos no último trimestre de 2021, será que agora é hora de falar sobre uma recuperação real na região?
A maioria dos continentes está lentamente tendendo a retomar os níveis pré-pandêmicos. Em agosto, os EUA e o Oriente Médio alcançaram níveis de ocupação hoteleira de 88,7% em relação aos comparáveis de 2019. Europa (79,1%), Norte da África (78,3%) e América Central (76,5%) também mostraram movimento de alta no índice na mesma base de comparação. Por outro lado, Austrália e Oceania ficaram em apenas 43,7% do nível de 2019 por causa do aumento de casos e bloqueios de viagens.
Em agosto, a ocupação hoteleira na América do Sul atingiu 72,3% do comparável de 2019, que foi o nível mais alto da região desde fevereiro de 2020, uma vez que as cidades corporativas continuam a sofrer com o fechamento de fronteiras e restrições, bem como a falta do Mice ou demanda internacional. No entanto, a maioria dos mercados atingiu mais de 50% dos níveis de 2019, liderados por Santiago (66,2%) e Quito (66,0%).
Do outro lado do espectro de desempenho, os hotéis de Buenos Aires continuam a lutar para gerar impulso em apenas 27,6% dos níveis de 2019 – mas deve-se levar em consideração também a profunda crise econômica vivida pelos hermanos.
Conforme observado em um artigo anterior, os destinos de praia têm liderado o desempenho na América Latina graças à maior dependência da demanda doméstica de lazer, que é a principal fonte de quartos vendidos na região.
Em agosto, a ocupação de Cartagena atingiu 88,9% do mercado comparável de 2019. Isso foi um pouco abaixo de julho (95,5%), mas superior a junho (85,8%).
Entre outros mercados definidos pelo STR, o Rio de Janeiro ficou em segundo lugar em agosto, com 87,7% dos comparáveis de 2019, enquanto a destinos na Costa Rica chegaram a 84,9%.
STR: o que esperar para o restante de 2021?
A América do Sul tem se recuperado de forma lenta, mas seguramente está em um dos pontos baixos da pandemia. Como visto em outras regiões, a demanda doméstica foi essencial para o início da recuperação, com os destinos de lazer ainda dominando, já que os turistas continuam optando por entradas regionais em vez de grandes cidades.
Como a distribuição da vacinação continua na região e globalmente, a confiança para viajar continuará a crescer ao mesmo tempo que as restrições internacionais diminuem.
(*) Crédito da capa: Pixabay
(**) Crédito dos gráficos: Divulgação/STR