Com o recente anúncio da operação do Ramada Itaim Bibi, a startup Charlie não quer parar por aí. Em meio à crise do segmento hoteleiro desde o ano passado, causada principalmente pela pandemia do Covid-19, a empresa mantém perspectivas positivas e pretende atuar como alicerce para investidores e empresários do ramo hoteleiro. A meta, até o final de 2021, é dobrar o número de quartos no portfólio (hoje em 500 apartamentos), entre hotéis e residenciais.

Startup Charlie

Sztokfisz: parceria com redes hoteleiras

À frente da gestão operacional de 11 empreendimentos, sendo dois hoteleiros, o maior destaque é o modelo híbrido da startup. Segundo Allan Sztokfisz, CEO do Charlie, um dos objetivos é atuar como parceiro das redes hoteleiras – e não como concorrente.

“A aposta maior em hotelaria existe há meses, mas trabalhamos no setor de hospitalidade desde 2011. Sendo assim, ao longo dos anos, entendemos suas mudanças e uma das formas de ser diferente foi na administração de residenciais”, afirma.

Em entrevista exclusiva ao Hotelier News, o executivo explica que, no caso dos empreendimentos hoteleiros, a estratégia é aliar o melhor dos dois negócios. Ou seja, introduzir ao residencial o conceito de prestação da hotelaria.

De acordo com Sztokfisz, além de mais barato por conta das onerações do modelo tradicional, esse nicho de negócios ainda é pouco explorado no país. “Na nossa visão, um modelo complementa o outro”, salienta. Além disso, outro fator que facilita a entrada operacional nas unidades é o relacionamento com incorporadoras. Neste caso, segundo o executivo,  é um “atalho” que garante mais acomodações ao hub do Charlie.

Para realizar esse tipo de conversão, o principal alvo são empreendimentos midscale. Para o CEO, foi a categoria que mais sofreu durante a pandemia e oferece estrutura ideal para o serviço longstay, foco da startup. “São acomodações acima de 20 metros quadrados (m²) que, em alguns casos, oferecem a estrutura de cozinha e copa, piscina e academia. Portanto, são mais tentadoras à visão do cliente que busca uma estada mais longa e flexível. Um mix entre hospedagem e moradia”, explica.

Startup Charlie: expansão

Por compreender que as conversões são promissoras para o crescimento, a empresa busca empreendimentos, hoteleiros ou não, para aplicar a ideia. Ainda sem muitos detalhes ou nomes, o CEO adiantou que que a startup Charlie mira capitais para aumentar o portfólio.

“Além de São Paulo, temos interesse em expandir para Rio de Janeiro e outras cidades do mesmo perfil, no Sul e Sudeste. Com enfoque no residencial, por exemplo, começaremos a operar um empreendimento em Porto Alegre”, afirma.

Para outras vias, como o desenvolvimento de marca própria e administração de hotéis de grandes redes, Sztokfisz confirma que existem contatos. O primeiro, no entanto, está mais adiantado e novidades a respeito devem ser anunciadas nos próximos meses. Em relação ao segundo, tudo ainda é muito “embrionário e demanda mais pesquisa”.

Modelo de negócios

A empresa estabelece um sarrafo mínimo para ter um arcabouço operacional diversificado, mas não pulverizado. Por isso, Allan explica que o volume ideal para entrar na administração dos quartos de hotéis ou residenciais é de 20 apartamentos.

Para garantir a distribuição dos produtos, o Charlie atua com aplicativo próprio, além de canais terceiros (OTAs). A venda oferece ainda um pacotes de serviços aos hóspedes, voltado a todos os tipos de estada. A receita da startup é provido da taxa de administração paga por quarto. “Nós queremos expandir a gama de produtos, mas de maneira consciente e organizada. É isso que garante a entrega do produto como o planejado”, finaliza Sztokfisz.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Charlie