Sobrevivência foi o principal foco do turismo em 2020. Em um ano em que o setor sofreu perdas na ordem dos R$ 55,6 bilhões, segundo dados da FecomércioSP, encerrar o período com algum lucro era um sonho distante. Para manter a bola em jogo, entidades rebolaram para gerar conteúdos relevantes, dar suporte aos associados e manter os destinos na prateleira da retomada. No caso do SPCVB (São Paulo Convention & Visitors Bureau), alianças e parcerias marcaram a trajetória da pandemia.

Em relatório divulgado em seu site oficial, a entidade fechou o ano passado com 557 associados distribuídos em 31 segmentos. Segundo Fabio Zelenski, diretor de Marketing do SPCVB, o número representa uma queda no total de afiliados. “Foi um desafio manter os associados. Fizemos uma série de negociações para que pudéssemos focar em oportunidades e conseguimos manter muitos parceiros sabendo que são importantes para dar continuidade aos trabalhos da entidade”.

Para isso, foram realizadas 65 reuniões com afiliados, 31 encontros de prospecção e 53 reuniões gerais. Já a Academia Visite São Paulo promoveu seis cursos durante o ano, contabilizando 132 profissionais capacitados, sendo um deles em parceria com o Sebrae-SP.

“Conversamos com pequenas e médias empresas associadas mostrando os caminhos e soluções durante a fase mais apertada da pandemia. O Plano São Paulo ainda era recente e com o Sebrae orientamos os parceiros sobre saúde econômica, cortes, relações trabalhistas e captação de informações para que eles pudessem sobreviver a pandemia”, conta Zelenski.

                                    Zelenski: queremos mostrar que estamos prontos para receber eventos

SPCVB: alianças e captação de eventos

Em setembro, a entidade passou a integrar a Alianza Mice Sudamérica, coligação que reúne destinos sul-americanos para a retomada de eventos corporativos. Único representante brasileiro, o SPCVB segue firme no propósito de manter a capital paulista na vitrine. “Mantemos e trabalhamos a posição dos destinos latinos ainda vivos na mente das pessoas, seja no Mice ou no lazer. Os resultados veremos a médio e longo prazo, mas queremos mostrar que estamos prontos para receber eventos”, salienta Zelenski.

Em 2020, a entidade participou de 48 eventos, entre eles o Lacte 15, Abav Collab e Festuris. Em busca de impulsionar a retomada do setor em São Paulo, o SPCVB também promoveu o Expo Fórum com uma série de palestras em formato híbrido que também marcou o lançamento do aplicativo Visite São Paulo, que traz roteiros turísticos em todo o estado.

“Entendemos e acompanhamos a evolução do Plano São Paulo com campanhas voltadas a protocolos seguindo as medidas de flexibilização. A participação em eventos é importante para mostrar e dar o exemplo de como retomar de forma segura e responsável para que o setor consiga alcançar seus objetivos. Atualizamos nosso calendário diariamente, pois as mudanças impactam na programação com adiamentos e cancelamentos”, explica o diretor.

Zelenski ainda destaca a importância do diálogo com o poder público para fortalecer os pleitos do setor. “O Movimento Supera Turismo que tem como integrante a Unedestinos resultou em decretos e MPs que deram maior sustentabilidade ao segmento, pautando o poder público sobre o que é necessário quanto às ações trabalhistas e créditos”.

Horizonte para 2021

Mesmo com a chegada da vacina, o cenário do setor de eventos ainda é incerto. Para os próximos meses, a entidade seguirá seus planos de promover o destino como potencial turístico em diferentes frentes. “O trabalho em essência nunca parou. Temos um horizonte mais claro e os protocolos serão mantidos, mas a volatilidade do mercado se mantém até entendermos como todos os grupos serão vacinados. Nossa equipe segue forte em parceria com entidades para saber sobre mudanças de calendário e incrementar o segmento com prospecções”.

Com site modernizado e sob nova direção, o SPCVB dará continuidade aos trabalhos feitos em parceria com a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) e Setur-SP (Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo) de divulgação do destino. “Entendemos que a recuperação vem primeiro do lazer e vamos acompanhar como serão as datas para obtermos resultados mais consistentes para o Mice”.

Sobre os associados, Zelenski afirma que o desejo de renovar a relação com as empresas era de longa data e a pandemia trouxe a oportunidade de fazer mudanças. “Há alguns anos pensamos em como inovar a forma de nos relacionarmos com os associados. O ano passado, além de ser de sobrevivência, conseguimos concretizar transformações. Queremos nos manter atuantes e relevantes para o setor, renovando o modo de trabalhar metas e objetivos”.

(*) Crédito da capa: Rafael Neddermeyer/Pixabay

(**) Crédito da foto: Divulgação/SPCVB