Joao Doria - ampliação quarentena_internaEm seu discurso, Doria reforçou a mensagem da hashtag do púlpito

Em coletiva encerrada há pouco, o governador João Doria ampliou para 10 de maio o período de quarentena no estado de São Paulo. Até o momento, já são 11.568 contaminações e 853 mortes confirmadas pelo coronavírus em todo território paulista. Segundo Doria, o controle à doença ainda é inadequado, o que justifica o aumento do prazo.

Com isso, comércios seguem proibidos de realizar atendimento presencial, assim como restaurantes podem apenas atender por meio de delivery.  Bares e casas noturnas continuam fechados. Doria destacou ainda outros dois fatores que pesaram na decisão: início de esgotamento de vagas em leitos de UTI e queda no índice de isolamento no estado.
 
"Para reabrir o comércio e os serviços precisamos controlar melhor a contaminação e ter o sistema público de saúde em condições de atendimento para salvar vidas", afirmou o governador. “Agora tem que ser todo mundo em casa, pelo bem de todos. Precisamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para diminuir a disseminação do vírus”, acrescentou Bruno Covas, prefeito de São Paulo, também presente à coletiva.  

Doria informou que há atualmente 1.125 pessoas internadas em UTIs no estado, sendo que São Paulo dispõe de 1,8 mil leitos do tipo. Em relação ao índice de isolamento, hoje ele está em 49%, bem abaixo dos 70% estimado como ideal. “Fico surpreso de as pessoas não entenderem o que já aconteceu na Itália e nos Estados Unidos. Temos a oportunidade de nos antecipar", disse David Uip, coordenador do comitê de combate ao vírus.

Joao Doria - ampliação quarentenaCovas e Doria lado a lado na coletiva: pedidos por reforço no isolamento

Quarentena: hotelaria já esperava 

O isolamento social foi determinado por decreto pelo governo de São Paulo em 24 de março. Em 8 de abril foi determinada prorrogação do prazo, com validade até a próxima quarta-feira (22). Em contato com o Hotelier News, Orlando de Souza, presidente executivo do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), disse que o setor já contava com a medida.

Ele também acrescentou que a hotelaria paulista já não acreditava mais na possibilidade de um início de retomada das atividades ainda em maio. “Nossa aposta está mais para a segunda quinzena de junho, talvez início de julho, pois ainda não atingimos o pico da pandemia, que deve acontecer justamente no meio de maio”, explica. “Na verdade, trabalhamos com a hipótese do isolamento ser ampliado novamente em 10 de maio”, completa.

Diante da situação, Souza reconhece que uma eventual retomada da demanda hoteleira com mais vigor ainda este ano fica comprometida. “Eu ainda tenho sérias dúvidas se teremos pessoas seguras e interessadas em viajar até o final do ano. É preciso ter em mente que muito provavelmente não teremos malha aérea completa e pessoas com segurança no emprego, além de famílias com renda para viajar”, avalia.

“Por isso, acredito que apenas ao fim do primeiro trimestre de 2021 é que o setor verá a água abaixo no nariz. Por isso, enquanto entidade, continuamos trabalhando nas mesmas três frentes em nossas articulações com a equipe econômica do governo: moratória de impostos, linhas de crédito e ampliação das medidas de preservação de emprego”, finaliza.  

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Governo de São Paulo