O Airbnb divulgou ontem (13) o balanço referente ao primeiro trimestre – e com uma performance oposta dos demais players da indústria de hospitalidade. “Sobrando” na turma, a empresa reportou aumento de 5% na receita frente a igual período de 2020, somando US$ 887 milhões. Vale destacar ainda que o faturamento da plataforma foi ainda 5,7% superior ao volume alcançado nos primeiros três meses de 2019. Além disso, o valor dos papéis vem subindo nos últimos meses.

O resultado ficou acima das projeções de analistas, que estimavam montante de US$ 714,4 milhões, segundo a plataforma de dados para o mercado financeiro Refinitiv. No comunicado divulgado ao mercado, a plataforma disse que o aumento do faturamento foi impulsionado pela performance na América do Norte e pelas diárias médias mais altas no trimestre. Mais ainda, a expansão no indicador ocorre após queda de 22% nos três meses imediatamente anteriores.

“Nós aprimoramos nosso negócio, focamos no nosso core business de hospedagem e voltamos às nossas raízes”, disse Brian Chesky, cofundador e CEO da Airbnb, em teleconferência com analistas. “Emergimos como uma empresa mais forte e eficiente. Nosso negócio se recuperou mais rápido do que qualquer um esperava”, completou. E, de fato, os números reforçam a fala de Chesky.

O volume financeiro obtido com reservas e taxas variadas, por exemplo, atingiu US$ 10,3 bilhões, 52% acima do registrado um ano antes e acima dos US$ 7,87 bilhões estimados por analistas. Já o total de noites e experiências reservados somou 64,4 milhões, aumento de 39% em relação ao quarto trimestre e de 13% na comparação anual. Especialistas ouvidos pela FactSet esperavam um montante próximo a 62,5 milhões.

Segundo o Airbnb, a diária média avançou 25% frente ao trimestre anterior, para US$ 160. A empresa revelou ainda que 24% das noites reservadas vieram de estadias de pelo menos 28 dias, em comparação com 14% em igual período de 2019. No mercado norte-americana, segundo a plataforma de short-term rental, houve forte demanda por residências equipadas e fora dos grandes centros.

Airbnb e retomada

Airbnb - balanco 1º tri 2021_brian chesky

Chesky: volta da demanda internacional melhor ainda mais resultados

No call com analistas, Chesky disse acreditar que duas tendências devem ganhar força: recuperação das viagens urbanas e das internacionais. “Esse nichos era nosso filet mignon antes da pandemia e acho que esses são ventos favoráveis ​​significativos para nós”, destacou. “Há muitas outras oportunidades para nós. Acho que se soubermos direcionar a demanda para onde há oferta disponível, teremos capacidade de aumentar de forma constante a ocupação”, completou.

Apesar dos bons números, o Airbnb não escapou de um prejuízo líquido de US$ 1,2 bilhão no trimestre. Segundo a empresa, perdas de US$ 782 milhões ligados a “itens significativos”, como US$ 377 milhões relacionada ao reembolso de empréstimos e despesas de US$ 113 milhões referentes a contrato de arrendamento não mais considerado necessário. Já o Ebitda Ajustado melhorou substancialmente devido a um rígido corte de custos, fechando negativo em US$ 59 milhões, contra perdas de US$ 334 milhões um ano antes.

Os gastos com marketing e vendas, por exemplo, cederam 28% no trimestre frente igual período de 2020, para U$$ 229 milhões. Segundo a empresa, houve redução significativa nas despesas ligadas a marketing de formance. A companhia ainda informou que sua estratégia é aumentar o marketing da marca e “usar a força de nossa marca para atrair mais hóspedes por meio de canais diretos ou não pagos”.

(*) Crédito da foto: Vinicius Medeiros/Hotelier News