Enquanto a vacinação segue ganhando tração e alguns mercados começam a reabrir, o Skyscanner realizou um levantamento que aponta direções sobre as demandas da retomada em diferentes regiões do globo. De acordo com a pesquisa Skyscanner Horizons: The Return of Travel, passagens aéreas para viagens entre junho e outubro caíram em muitos mercados frente a 2019, segundo divulgado pela Phocuswire.

O estudo, baseado em dados de redirecionamento, compara os resultados de março de 2019 a março de 2021 para viagens entre os meses citados. A pesquisa inclui números de 5 mil consumidores nos EUA, Reino Unido, Austrália, Alemanha e Coreia do Sul, realizada entre os dias 21 e 32 de abril.

As passagens aéreas para viagens entre junho e outubro recuaram mais acentuadamente na Europa (-15%), Índia (-11%) e Brasil (-9%). A Skyscanner afirma que, embora o preço tenha sido o fator mais relevante na escolha dos voos, agora o processo de tomada de decisão é mais complexo.

Durante os primeiros dois meses e meio de 2020, os viajantes selecionaram globalmente preços 25% mais caros do que o valor mais barato disponível, enquanto no mesmo período em 2021 isso subiu para 28%, aumentando em todos os mercados da Europa, Oriente Médio, África, Ásia-Pacífico e América do Norte e Sul.

Em sua pesquisa, o Skyscanner diz que os entrevistados indicam que estão dispostos a pagar mais com base em fatores como horários de voos convenientes, menos paradas ou rotas diretas, classificações de segurança da companhia aérea e voos com uma empresa aérea específica.

Skyscanner: planejamento de viagem

O relatório diz que o planejamento da viagem também está mudando. Embora as janelas de reserva tenham diminuído em 2020 devido à incerteza do consumidor sobre o vírus e as condições do destino, agora os viajantes estão demonstrando vontade de se comprometer a viajar com mais antecedência.

O Skyscanner diz que os viajantes no Reino Unido estão reservando com cerca de três meses e meio de antecedência, impulsionados pelo progresso da vacinação e pela grande chance de férias de verão na Europa. As janelas de reserva agora têm 80 dias de antecedência na Europa, Oriente Médio e África, 70 dias na América do Norte e do Sul e 54 dias na Ásia-Pacífico. Isso é comparado a uma baixa global de cerca de 55 dias em setembro de 2020.

A duração da viagem também aumentou. O Skyscanner diz que a duração média global da viagem para este ano é de 16 dias, ante 14 dias em 2020 e 2019. Viajantes em Cingapura, Japão e Coreia do Sul são os maiores impulsionadores dessa tendência, com duração de viagem de 18 dias, contra 13 em 2019. E em 2019 e 2020, a duração média da viagem caiu depois do início de julho, mas para 2021 a plataforma diz que está vendo a duração subir novamente em setembro, com uma média de quase duas semanas no final do mês.

De acordo com a pesquisa, 55% dos consumidores planejam férias nos próximos seis meses e 39% planejam viagens com mais de 14 dias. Quando questionados sobre viagens internacionais, o maior obstáculo para a reserva é a quarentena (40%), seguida de testes (28%) e da existência de muitas restrições (27%).

“Ainda há muitas peças do quebra-cabeça necessárias para restaurar totalmente a confiança do viajante e realmente desbloquear a demanda subjacente. Como vimos no passado, os viajantes são adeptos de se ajustar a novas medidas, no entanto, nós estão entrando em um período em que a importância de informações claras, diretas e oportunas é vital, especialmente em relação a restrições, quarentenas e requisitos de teste”, diz Hugh Aitken, vice-presidente de voos do Skyscanner.

(*) Crédito da foto: reprodução