O mercado de short-term rental avança mundo a fora e, como desenhado nos últimos meses, destaca-se principalmente nos Estados Unidos. De acordo com o relatório da AirDNA, divulgado pela Phocuswire, o segmento recuperou os níveis pré-pandemia em abril, resultado impressionante se comparado à hotelaria. Foi o primeiro mês desde o início da pandemia da Covid-19 que a performance foi superior ao período pré-crise. A demanda avançou 66,4% em comparação a abril do ano passado e 5,4% frente a dois anos antes.

A pesquisa ressalta que a modalidade também desafia os percalços naturais da hotelaria norte-americana. Tradicionalmente, abril é um mês com baixas ocupações, principalmente pela maior movimentação de viagens no mês anterior. Em alguns mercados da região — principalmente com praia — já se sabe que a demanda será superior a outros verões. A Carolina do Sul, por exemplo, está com 80% dos quartos reservados para junho.

A diária média de abril no segmento de short-term rental ficou em US$ 245,42, 16,6% maior que o registrado em 2020 e 20,8% em relação a igual mês de 2019. Com a combinação da alta ocupação, o RevPar cresceu para US$ 151,09, 37,3% superior ao alcançado em igual período de 2019.

Outra prova de que o segmento conseguiu recuperar-se mais rápido que a hotelaria tradicional pode ser vista nos números do Airbnb. A plataforma presente em todo o mundo foi um das poucas que teve o que comemorar no primeiro trimestre de 2021, com aumento de 5% na receita. Em abril, o fornecimento combinado de Airbnb e Vrbo atingiu 1,5 milhão de residências nos Estados Unidos, ultrapassando os máximos pré-pandêmicos.

De acordo com o AirDNA, os mercados de destinos e resorts aumentaram a oferta em 12%, enquanto as pequenas cidades e áreas rurais tiveram alta de 34% em comparação com os níveis pré-pandêmicos.

Short-term rental: Brasil 

Ainda não há números confiáveis relacionados à toda indústria de short-term rental no Brasil. É fato, contudo, que ela cresce a cada dia, atraindo atenção não só de investidores, como também de operadoras hoteleiras. Atrio, ICH Administração de Hotéis e Atlantica Hotels, por exemplo, já atuam no segmento, inicialmente com uma operação concentrada em São Paulo. Todas essas empresas, contudo, planejam ampliar sua atuação parta outras praças.

Dessa forma, é particularmente interessante analisar o que vem ocorrendo nos Estados Unidos, mesmo sendo um mercado mais maduro e muito diferente daqui. No entanto, vale destacar que, em outros países, o segmento não tem performando tão bem assim. Segundo dados do AirDNA, a demanda pelo serviço de short-term rental caiu 3,4% em abril frente a igual período de 2020. Já na Europa, especificamente na Itália, Espanha e Alemanha, o recuo foi bem mais forte (45%), muito em função das restrições impostas por governos para conter a segunda onda.

(*) Crédito da foto: Andrea Davis/Unsplash