A programação de verdade com 12h de conteúdo começou agora há pouco, diretamente do outro lado do mundo, mas o HDC (Hotel Data Conference) teve sessões gravadas disponibilizadas aos participantes mesmo antes da abertura. Um olhar sobre o segmento de short-term rental e sobre o patamar de breakeven durante e após o pico da pandemia foram alguns dos temas abordados. Houve ainda análises individuais sobre diferentes mercados, como Bogotá, Califórnia, Canadá, Alemanha, Itália, Japão e Brasil, entre outras localidades.

A sessão sobre o mercado brasileiro foi apresentada por Patricia Zulato, country manager da STR para o Brasil. Em sua apresentação, a executiva focou nos mercados de Rio de Janeiro e São Paulo, fazendo análises do desempenho dos hotéis nessas praças ao longo do ano passado, bem como neste início de 2021. Em linhas gerais, muito do que já falamos no Hotelier News em outras reportagens: oferta quase na totalidade em operação, lazer doméstico puxando a retomada e praças com mix mais equilibrado entre corporativo e individual performando melhor.

“Nos piores períodos de 2020, que foram entre abril e junho, a hotelaria nacional chegou a ter mais de 6o% de todos os hotéis fechados, atingindo a menor ocupação histórica do país – 10% em alguns momentos”, disse Patricia. “Desde agosto começamos a ver a ocupação aumentando gradativamente, ganhando mais força nos finais de semana, principalmente após setembro com os feriados e a chegada do verão”, completou.

O gráfico abaixo ajuda a entender como a demanda de lazer gerada na retomada do setor no ano passado se deslocou das capitais em direção ao interior. Rio de Janeiro e São Paulo são bons exemplos desse fenômeno. Ainda assim, note no gráfico abaixo que o Rio vem tendo desempenho superior a São Paulo, mais dependente do corporativo e dos eventos, mesmo neste início de 2021. “Em alguns períodos, (mercados regionais) registraram até o dobro de ocupação do que as capitais”, disse Patricia.

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Hotel Data Conference

Além de performar melhor frente a São Paulo, o Rio teve – diante da situação atual e da folia cancelada nas ruas – um Carnaval com resultados animadores. Após fechar 2020 com ocupação de 38%, a capital viu o indicador subir para 49% em janeiro, patamar que se avançou ainda mais nos três dias da festa popular. No sábado, por exemplo, a métrica de performance bateu em 59%. Ainda assim, frente a 2020, o resultado na data é quase 35% inferior.

Normalmente uma “zona de ninguém” no Rio em função da distância para as áreas turísticas localizadas na Zona Sul, a Barra da Tijuca teve boa performance nos últimos meses (veja gráfico abaixo). A explicação é um misto de demanda de lazer e do segmento offshore, analisa a STR. Note também nos picos registrados no início de 2021.

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Ao final da apresentação, Patricia fez ainda um resumo do que foi 2020 e citou os desafios para o mercado brasileiro. “Sem dúvidas, a demanda doméstica foi a protagonista das viagens de 2020 e, provavelmente, continuará sendo em 2021”, observa a country manager da STR. “Agora, para que as viagens continuem crescendo de forma segura pelo país, é imprescindível que o número de vacinações avance rapidamente e que o Brasil consiga conter a contaminação e o surgimento de novas variantes”, concluiu.

O Hotel Data Conference é uma realização da STR e da Hotel News Now. O Hotelier News é media sponsor oficial do evento e, ao longo do dia, será possível acompanhar a cobertura completa do encontro, que termina às 12h.

(*) Crédito das imagens e gráficos: STR