O índice de famílias com dívidas vem batendo recordes no Brasil. Segundo uma pesquisa desenvolvida pelo Serasa, o número de endividados chegou a 75%, impulsionado principalmente pelos altos níveis de desemprego no país, consequência da crise causada pela pandemia. De acordo com o estudo, a média de débitos é de R$ 4 mil. As informações foram divulgadas pelo G1.

A pesquisa aponta que 88% dos entrevistados têm vergonha de suas dívidas, prejudicando o trabalho para 76% dos respondentes, enquanto 64% alegam que o endividamento piora os relacionamentos familiares, 62% acreditam que prejudica a relação com os parceiros e a vida social de 84%.

Em mais um feirão de negociações, o Serasa permitiu que 2,7 milhões de brasileiros limpassem seus nomes. Os dados mostram que, após quase dois anos com as rotinas impactadas pela pandemia, a volta à normalidade será ainda mais difícil, visto que o Brasil tem mais de 13 milhões de desempregados.

De acordo com o levantamento feito pela Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), em novembro, o número de inadimplentes voltou a subir após oito meses, alcançando seu maior nível.

Serasa: renda média

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou ao final de novembro que a renda média do trabalho voltou a cair no Brasil, atingindo o menor valor da série histórica para o terceiro trimestre. Os resultados, aliados aos índices de pessoas endividadas, prejudicam o retorno das viagens e turismo.

No terceiro trimestre, o rendimento real dos ocupados foi estimado em R$ 2.459,00. Em relação ao mesmo período em 2020, houve queda de 11,1%. Segundo o IBGE, o índice é fruto do retorno dos trabalhadores ao mercado informal, visto que essa parcela da população costuma ter um rendimento mais baixo e também pelas altas nas taxas de inflação no país.

O conjunto da obra não é nada favorável ao setor hoteleiro, que precisa estar atento aos dados macroeconômicos, pois ao que tudo indica, 2022 será um ano difícil para a população, impactando diretamente na recuperação do segmento de viagens.

(*) Crédito da foto: Pixabay