Todo mundo, infelizmente, conhece alguém ou teve um caso na família. Ontem (25), São Paulo ultrapassou a triste marca de 30 mil mortos por Covid-19. Pior ainda, a capital volta a experimentar crescimento no número de casos e, diante desse quadro, porta-voz da prefeitura defendeu a retomada de medidas de isolamento social na cidade. A fala foi de Edson Aparecido, secretário municipal da Saúde, durante entrevista a programa da TV Globo (veja no link).

Segundo ele, a vacinação em ritmo lento ainda não gera impacto significativo na redução da contaminação na população. “Há um aumento de casos já hoje na cidade depois daquele pico gigantesco que nós tivemos em março e abril com a P.1. Nós estamos nos preparando exatamente para uma nova onda, que seguramente vai atingir todo o Brasil e não vai ser diferente aqui na cidade de São Paulo”, comentou.

Na segunda-feira (24), a capital paulista registava taxa de ocupação de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) para pacientes com Covid-19 acima de 90% em 13 hospitais municipais. Entre elas, seis já estão com lotação. A taxa média na rede pública da capital paulista é de 81%, o já indica colapso no sistema de saúde.

Medidas de isolamento: quais e quando?

O afrouxamento das medidas de isolamento social em São Paulo começou no meio de abril. Desde então, contudo, o quadro vem se deteriorando. Levantamento feito pela TV Globo aponta que 344 pacientes esperam por uma vaga de UTI no estado de São Paulo, 45% a mais do que os 238 há uma semana. Na Grande São Paulo, pelo menos 90 pessoas aguardam um leito, sendo 65 na capital.

A alta tem relação com a elevação no número de casos confirmados de Covid-19 no estado. Na segunda-feira (24), por exemplo, a média móvel diária de casos bateu em 13.697, crescimento de 19% frente ao registrado há 14 dias. Segundo especialistas, o número indica tendência de alta da epidemia. Além disso, o número total de mortes da última semana epidemiológica, encerrada no sábado (21), já foi 4,6% superior ao alcançado na semana anterior.

Aparecido se esquivou de antecipar quais medidas poderão ser tomadas. O secretário acrescentou que a prefeitura mantém diálogo constante com o governo do estado para o estabelecimento de ações em parceria. Ainda assim, pelo cronograma definido pela gestão João Doria (PSDB), novas flexibilizações estão previstas para 1º de junho, entre elas ampliação do horário de atendimento do comércio e serviços até 22h.

“A vacinação segue, mas ainda em um ritmo que não é adequado, sob o ponto de vista de uma vacinação de massa no Brasil, e nós vamos precisar, sem dúvida nenhuma, estudar eventuais medidas, não só sanitárias, mas também da rede de atendimento aqui da capital”, disse Aparecido.

(*) Crédito da foto: Tumisu/Pixabay