Teve início há pouco, no Renaissance São Paulo, o seminário Economia do visitante: São Paulo consolida estratégia no setor de turismo. Organizado pela Editora Globo, com patrocínio do SPCVB (São Paulo Convention & Visitors Bureau) e da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), o encontro visa mostrar como os investimentos turísticos feitos em São Paulo estão colocando a indústria de viagens no centro do crescimento econômico paulista.

A mesa redonda de abertura do seminário teve participação de Vinicius Lummertz, secretário estadual de Turismo de São Paulo, e Carlos Costa, especialista em turismo da Comissão Europeia. “Quando assumimos, montamos uma equipe para desenvolver o setor, elencando metas que estão resumidas no Plano Turismo 2020-2030”, disse Lummertz.

Entre as metas traçadas, subir de 44 milhões para 60 milhões o número de turistas de 2019 a 2030 no estado. Em igual período, o objetivo é pular de R$ 90 bilhões para R$ 200 bilhões o faturamento do setor, levando a arrecadação de impostos oriunda das atividades turísticas de R$ 13,3 bilhões para R$ 28 bilhões. Ao mesmo tempo, de 2019 a 2022, R$ 9 bilhões de investimentos privados foram confirmados em São Paulo.

“Há barreiras a serem vencidas para seguir nesse plano. Não é apenas importante que empreendimentos e iniciativas saiam do papel, mas outras questões precisam avançar, como a produtividade do trabalhador brasileiro. É, portanto, criar uma política de nação, como fizeram os americanos e, agora, os chineses”, observa Lummertz.

Economia do visitante

Já Costa compartilhou um pouco da experiência europeia na área. Ele destacou que existe uma distância entre a teoria e a prática. “Sou um acadêmico, mas não tenho dúvida que uma boa teoria facilita a prática”, comentou. “O turismo é muito mais complexo do que apenas ver pessoas saindo a viajar. É todo um sistema que está a nossa volta: é lazer, existência, subsistência…”

Agora, o que é a economia do visitante? Segundo Costa, a ideia é usar o termo para substituir a palavra turismo. “Antes de tudo, todos nós somos clientes, o que nos leva a pensar que os países podem se desenvolver por meio do consumo. O Brasil tem 6,3 milhões de turistas internacionais? Errado! Tem 220 milhões de consumidores turistas!”, comentou.

Ele acrescentou que a economia norte-americana cresce há décadas a partir do consumo. “Veja, saímos todos os dias de casa para ir ao supermercado, à farmácia, ao restaurante…Então, o turismo é a economia na sua totalidade. Mais ainda, se aliarmos esse conceito aos objetivos do desenvolvimento sustentável, incluindo mulheres, atraindo jovens, preservando o meio ambiente, atingiremos as metas que queremos”, finalizou.

(*) Crédito da foto: Flávio Santana