De acordo com pesquisa divulgada recentemente pela Financial Times, os hotéis e demais empresas de hospitalidade são as terceiras mais visadas – entre os demais setores da indústria – por ciberataques. Segundo o levantamento, as companhias têm se tornado uma rica fonte de dados para hackers, aponta o Hotel News Resource. Antes da pandemia impor o fechamento de diversos empreendimentos hoteleiros pelo mundo, 13% deles foram vítimas de comprometimentos cibernéticos, o que reforça a necessidade do setor reunir esforços para criar uma política de privacidade.

O dado faz parte do Relatório de Segurança Global de 2020 da Trustwave. Com os hotéis enfrentando um processo gradual de recuperação e escassez de mão de obra, o aumento do uso de tecnologia para substituir os serviços presenciais aumentou exponencialmente esses riscos.

“Historicamente, a hospitalidade tem sido um serviço pessoal, e as empresas começaram a perceber que a tecnologia pode trazer diversas facilidades. O que antes era um bate-papo pessoal ou uma conversa por telefone, agora é mais frequentemente uma troca de mensagens virtuais. No pós-Covid, o número de mensagens enviadas triplicou em relação ao pré-pandemia”, explica Tristan Gadsby, executivo-chefe da consultoria de hospitalidade Alliants.

Política de dados na prevenção de ataques

No ano passado, o departamento de Comércio dos EUA emitiu seu primeiro conjunto de diretrizes sobre como os hotéis devem proteger os dados dos clientes. Intitulado Data Protection Act 2021, o plano tem o objetivo de proteger a privacidade dos cidadãos norte-americanos, além de garantir maior transparência no tratamento das informações.

Thomas Magnuson, fundador da Magnuson Hotels, afirma que sua empresa busca obter informações mínimas dos hóspedes. “Às vezes, quando você viaja, sente que que é a maior coleta de dados de todos os tempos”, destaca.

Como as redes hoteleiras lidam com grande volume de transações, os hackers veem o setor como uma vítima fácil. No Brasil, os hotéis são orientados a aderir à LPGP (Lei Geral de Proteção de Dados) para garantir a segurança das informações.

“No momento em que você consegue controlar seus dados pessoais, você tem autonomia sobre o que pode ser público e o que deve ser compartilhado ou não com terceiros”, afirmou Jonathan Y Ando Nelson, sócio da Ando Advogados, em entrevista ao Hotelier News.

(*) Crédito da foto: rupixen/Pixabay