FOHB - Alexandre GehlenGehlen avalia que 2019 é o ano de subir a diária média

O mercado hoteleiro brasileiro surfou a onda da retomada econômica em 2018. Apesar da instabilidade gerada pela greve dos caminhoneiros e pelas eleições, a hotelaria de rede no país registrou alta nos três principais indicadores do setor. Praças como São Paulo e Fortaleza se destacaram ao longo do ano. A análise é em cima do InFOHB, estudo desenvolvido pelo FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), divulgado hoje (29). 

No acumulado de 2018, a ocupação dos 389 hotéis associados à entidade subiu 6,1% em relação a 2017, para 59%. Diária média e RevPar cresceram 2% (para R$ 226,25) e 8,2% (para R$ 133,52), respectivamente, na mesma base de análise. No primeiro indicador, o grande destaque foi Manaus, com elevação de 20,2%, seguido por Belo Horizonte (+11%, para 58,27%) e Vitória (+10,1%, para 60,22%).

Em relação à diária média, São Paulo (6,7%, para R$ 275,64) e Brasília (+4,5%, para R$ 243,50) foram os mercados com maiores incrementos. Na direção contrária, Florianópolis (-0,7%, para R$ 227,39), Curitiba (-1,2%, para R$ 205,17), Campinas (-3,9%, para R$ 227,75) e Rio de Janeiro (-4,7%, para R$ 279,38) foram as únicas praças a registrar recuo.

"Podemos dizer que 2018 foi o início de recuperação. Essa retomada, por sua vez, deu-se muito mais pelo aumento da ocupação do que propriamente pelo preço, influenciando decisivamente no RevPar”, avalia Alexandre Gehlen, presidente do Conselho de Administração do FOHB. “Notamos isso nitidamente em cidades que tiveram pouca variação de oferta, com RevPar crescendo de forma consistente”, ressalta.

FOHB - RevPar 2018

FOHB: tarifas 2019

Segundo Gehlen, a hotelaria chega a 2019 com espaço para elevar a diária média. “Ainda estamos com preço similar ao de 2012, mas o custo é de 2020”, brinca. “Obviamente, isso achatou a margem dos hotéis nos últimos anos”, completa o executivo, que acrescenta:

"É hora de subir preço. O que vivemos em 2018 é um efeito normal: na retomada de crises, primeiro sobe a ocupação. Só depois os hoteleiros passam a ter coragem para elevar as tarifas. Em momentos de instabilidade econômica, o efeito é contrário”, explica. 

O dirigente do FOHB ressalta que, para 2019, em consultas com associados o clima é mesmo de crescimento no indicador. “A projeção é de elevação de 8% a 10% na diária média. Agora, se a economia crescer de maneira pujante, poderemos ter surpresa positiva”, revela.

Gehlen destaca São Paulo como exemplo. “Como os números mostram, São Paulo já está nesse caminho de recuperação da diária média. Cidades com oferta estáveis devem seguir trajetória similar ao longo do ano, casos de Fortaleza e Porto Alegre, que estão com bons patamares de diária média para recompor preço”, finaliza.

Veja abaixo um ranking das principais cidades no país com seus respectivos resultados no ano passado:

FOHB - ranking 2018

(*) Crédito da capa: geralt/Pixabay

(**) Crédito da foto: Filip Calixto/Hotelier News

(***) Fonte do infográfico: FOHB

(****) Fonte do infográfico: CoHotel