Com o surgimento de uma nova cepa da Covid-19, várias cidades brasileiras estão revendo medidas de contenção à proliferação ao vírus com o intuito de evitar uma nova onda da doença no país. Hoje (2), São Paulo voltou atrás na flexibilização do uso de máscaras em locais abertos – cujo validade estava inicialmente agendada para o dia 11 – e também anunciou o cancelamento da festa de Réveillon na Avenida Paulista. Não há ainda, dentro do governo João Doria, uma decisão relacionada ao Carnaval.

Obviamente, essa medida traz reflexos diretos na hotelaria. Em entrevista à Jovem Pan, Carlos Bernardo, diretor de Operações da Accor e vice-presidente da ABIH-SP, afirmou, que a ocupação dos hotéis na região da Avenida Paulista deve cair drasticamente em função da decisão. Segundo o executivo, a previsão é que o indicador fique na casa de 25% na data festiva, bem abaixo dos 90% inicialmente projetado pela entidade.

Em contato com o Hotelier News, Ricardo Roman Jr. disse que, no restante da cidade, a variação na taxa de ocupação não deve ser tão significativa. “Obviamente, o impacto será maior na Paulista. Todo grande evento, quando é cancelado, impacta a economia e gera menor ocupação nos hotéis. Temos que levar em consideração, contudo, que se trata de um feriado mais curto este ano, então o movimento, que já não está muito bom, não deverá cair significativamente nas demais regiões da capital”, comenta o presidente da ABIH-SP.

“É importante que apoiemos todas as medidas que visam conter a disseminação do vírus, em prol da saúde da população. Por outro lado, é evidente que as restrições prejudicam o caixa dos hotéis, ainda mais diante do fato de que a hotelaria não teve medidas de incentivo governamentais voltadas exclusivamente para o setor”, acrescentou o dirigente. “Por enquanto, não temos sinalização de alto volume de cancelamentos nos hotéis fora da região da Paulista.”

Nova alternativa

O presidente da ABIH-SP declarou também que a cidade de São Paulo precisa adotar novas estratégias de atração de demanda turística para ir além dos segmentos corporativo e de eventos.

“A cidade tem que flexibilizar seu core business. Somos a maior cidade da América Latina e temos diversas atrações para oferecer, como parques, museus e uma gastronomia de dar inveja, entre outras coisas. Temos que atuar no sentido de atrair mais turistas de lazer para vivenciar todas essas atrações”, pondera.

“Na verdade, isso já vem acontecendo. Prova disso é que, em muitos finais de semana de 2021, ocupação hoteleira superou a dos dias de semana, algo inimaginável alguns anos atrás em São Paulo. Precisamos, portanto, reforçar os investimentos em promoção turística para atrair mais viajantes de lazer para cá”, finalizou.

(*) Crédito da foto: andersonfrancispb/Pixabay