Rock in Rio enche hotéis cariocas, mas ocupação fica abaixo do esperado
24 de setembro de 2024Ano de Rock in Rio é sempre de altas expectativas para a hotelaria carioca. E, tão importante quanto o Réveillon e Carnaval para o turismo da capital fluminense, o festival garantiu uma boa ocupação hoteleira. De acordo com dados do HotéisRIO, o indicador atingiu a média de 88% nos dois finais de semana do evento. Apesar de um resultado satisfatório, o número é inferior aos 95% esperados pelo setor.
Algumas regiões ficaram acima, com destaque para Ipanema/Leblon, que registrou o pico de 93,39% na segunda semana (de 19 a 22 de setembro) do evento. De acordo com o presidente do HotéisRIO, Alfredo Lopes, as previsões otimistas se confirmaram. “Nossa cidade se preparou para comemorar esses 40 anos do Rock in Rio. Foi uma festa, com casa cheia e muita animação, com hotéis, bares e restaurantes com muitos turistas”, comemorou.
Roberta Medina, vice-presidente de Reputação da Rock World, empresa responsável pelo Rock in Rio, confirmou a próxima edição em 2026. De acordo com a organização do festival, quase metade (46%) do público de 730 mil pessoas veio de fora do Rio de Janeiro, de 31 países diferentes. Eles acompanharam as apresentações de 200 artistas ao longo de sete dias, com 500 horas de experiência.
Um dos destaques da edição de 2024 foi o Dia Brasil, que reuniu no palco artistas de diferentes estilos da música nacional, como rock, samba, funk, trap e sertanejo. No entanto, Roberta apontou que, devido à complexidade logística de organizar uma diversidade tão grande de artistas, o formato não deverá ser mantido nas próximas edições.
Comparativo com o Rock in Rio 2022
Os resultados do Rock in Rio 2024 refletem uma tendência de alta já observada em 2022. Naquele ano, o festival também impulsionou fortemente a ocupação hoteleira na cidade, atingindo 81,84% no primeiro final de semana e 94,51% no segundo. Embora a ocupação tenha sido alta em ambas as edições, o grande diferencial de 2022 foi o aumento expressivo nas tarifas diárias dos hotéis, que chegaram a quase dobrar em relação ao período pré-pandemia de 2019.
Essa alta nas foi um dos principais fatores para o crescimento do RevPar na cidade, que atingiu índices próximos aos observados durante o Réveillon. Em algumas regiões, como na Barra da Tijuca, o indicador aumentou 175% em comparação com 2021. Além disso, o festival de 2022 coincidiu com o feriado de 7 de setembro, o que também ajudou a impulsionar os números da rede hoteleira.
Destaques e pontos a melhorar
Entre os pontos mais elogiados pelos visitantes do Rock in Rio 2024 estiveram a eficiência do transporte público, que facilitou a locomoção durante o evento, os pontos de hidratação e a limpeza das instalações. Além disso, o aplicativo oficial do festival, que permitiu atualizações em tempo real sobre a programação e a compra de ingressos, foi bem recebido pelo público. No entanto, assim como em 2022, algumas áreas ainda apresentaram desafios, como as longas filas em banheiros e restaurantes, além de problemas técnicos nos sistemas de som e nos telões.
Impacto econômico e perspectivas para 2026
O Rock in Rio continua sendo um dos eventos culturais mais importantes para o turismo do Rio de Janeiro, atraindo milhares de visitantes e gerando um impacto significativo na economia local. Em 2022, o festival foi comparável ao Réveillon em termos de demanda e impacto econômico, uma tendência que se manteve em 2024. Com a próxima edição já confirmada para 2026, a expectativa é que o festival continue a desempenhar um papel central na promoção do turismo e no fortalecimento da economia local.
(*) Crédito da foto: G1/Stephanie Rodrigues